Marquesa de Santos e Dona Leopoldina sempre foram rivais, disputavam a condição de musa do Império. A Marquesa, na versão 1.0, deixava seu lado Maria Domitila aflorar cometendo heresias. Fumava com escravas e anabolizava ideais Republicanos. Seu furor uterino era uma fornalha. Já com Dona Leopoldina era diferente. Modelo 2.0 com direção hidráulica, vidro elétrico, porém sem travas na língua. A lista das emoções de Maria Domitila era maior que de Leopoldina.
Hoje os sinais estão invertidos: Leopoldina é a extensão do Vale da Felicidade. O Vale ficou conhecido depois que a Berrini consolidou a extensão da Faria Lima. Hoje Leopoldina é Lead do mercado imobiliário e rivaliza com Moema.
Domitila voltou ao seu lugar de origem. Vila de classe média baixa, restrito saneamento básico, sendo o lugar onde o filho chora e a mãe não ouve.
Mas nem tudo é uma maravilha na mais nova filha do Vale Encantado.
Esgotadas as possibilidades de verticalização do eixo da Rua Carlos Weber, enterradas as obscenidades sobre a City Lapa, Leopoldina migra para o antigo parque fabril.
Na Leopoldina são 19 áreas contaminadas, soma-se a isso a gritaria entorno do Parque Orlando Villas Boas e demais áreas que estão na voz do povo. A voz do povo é a voz de Deus. Nesta contabilidade chega-se a 27.
A especulação faz o impossível. Durante anos fez-se o trabalho de Sísifo para remover a perpétua cachotaria. O exímio trabalho ficou por conta da mão invisível. Milhar e centena na cabeça!
Seja os 19 ou os 27, passa da hora da contabilidade mostrar o balanço que está no subsolo. Da Leopoldina.
Edson Domingues
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