segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Rogai por nós!


Degradação pouca é bobagem. São Paulo produz soluções para tudo, ao mesmo tempo exporta poluição. A qualidade do ar ruim aqui não basta, exportamos poluentes para cidades a 400 km da terra de Anchieta. Nós paulistanos atacamos pelo ar, atacamos pela água também. Pela terra estamos avançando.

Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus é o mais novo front de batalha! As duas cidades ficaram famosas pelo turismo religioso. Formam parte importante do patrimônio paulista com seus respectivos centros históricos. Lá estão às raízes do samba paulista, vasculhado por Claude Lèvi-Strauss, Florestan Fernandes e Mário de Andrade. Ambas foram surradas com a poluição que atinge o Rio Tietê. O fétido odor da carga de efluentes domina o Rio, e escoa degradação para as cidades que resistem bravamente.

Dois aterros e uma ameaça avançam por terra. Santana do Parnaíba tem lá seu aterro nas alturas, “controlado” sem controlador. Pirapora receberá a mesma condenação, garantida já com tratores em operação.
O Tietê das Bandeiras agora é rota de mais degradação. A Silcon Ambiental Ltda prepara sua artilharia. Silcon tem nebuloso histórico em Juquiá, frágil região de Mata atlântica do Vale do Ribeira. Lá sua atividade comercial de incineração de resíduos, foi além do previsto e incinerou-se. Deixou rastro de destruição e passivo a ser saneado.
Pirapora é a bola da vez. O front da poluição avança para o sítio Caracol, km 56 da Estrada dos Romeiros. Em 16 de Julho deste ano, los hermanos da Silcon solicitaram a licença prévia na CETESB, sob o número 32/00726/10, para instalação de sua engenhoca em ambiente que lhe é familiar: mata atlântica.  Meia dúzia de empregos e um milhão de problemas para as umbigadas de Pirapora do Bom Jesus. A “sala dos milagres” da igreja matriz de Pirapora será pequena para o tamanho dos problemas que virão por aí. 

     Edson Domingues

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