segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ex-diretores da Eternit são condenados pelo uso de amianto na Itália!



13 de fevereiro de 2012 | 16h 12
Efe

 O Tribunal de Turim, no noroeste da Itália, condenou nesta segunda-feira, 13, a 16 anos de prisão a dois ex-responsáveis pela multinacional Eternit processados pela morte de cerca de 2.000 pessoas pelo uso do amianto em suas obras.
Os condenados em primeira instância são o magnata suíço e ex-proprietário do grupo Stephan Schmidheiny, de 64 anos, e o barão belga e ex-dirigente da empresa Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne, de 89 anos, por desastre ambiental doloso e por não cumprir os requisitos de segurança do trabalho, informam os meios de comunicação italianos.
Ambos estavam imputados, como responsáveis de Eternit Génova, de não haver adotado as medidas necessárias para evitar que os trabalhadores e os habitantes das proximidades às diferentes sedes da empresa estivessem expostos ao pó de amianto.
Segundo a acusação, morreram 2.191 pessoas e outras 665 ficaram desenvolveram doenças relacionadas à presença do amianto.
O julgamento, que começou em dezembro de 2009 e tem sido considerado o maior processo na Itália, reuniu cerca de 6.400 petições.
As vítimas eram empregados da fábrica ou habitantes das localidades de Casale Monferrato (Alessandria), Cavagnolo (Turim), Rubiera (Reggio Emilia) e Bagnoli (Nápoles), onde la Eternit tinha suas sedes.
O tribunal de Turim, no entanto, diferenciou as instalações e declarou que os dois imputados culpados pelo desastre dolosos apenas pelas condições das fábricas de Cavagnolo e Casale Monferrato, considerando em relação às demais o delito já prescreveu.
O tribunal ordenou o pagamento de indenização no valor de 25 milhões de euros a Casale Monferrato, 20 milhões à região do Piemonte, cuja capital é Turim, e 4 milhões à Cavagnolo.
O ministro da saúde italiano, Renato Balduzzi, qualificou a sentença de "histórica, tanto pelos aspectos sociais quanto pelos estritamente técnico-jurídicos".

A Lagoa de Carapicuíba resiste!

                        Projeto do Parque da Lagoa corre risco com a nova ameaça
Governo quer aterrar lagoa e remover famílias
Plano do Daee é acabar com a área de 1,55 milhão de m² da cidade e retirar 250 famílias de favelaFABIO PAGOTTO
fabio.pagotto@diariosp.com.br

As 250 famílias que vivem na favela à beira do lago formado pela antiga cava de areia próximo ao centro de Carapicuíba, na Grande São Paulo, deverão ser retiradas de lá ainda neste ano, de acordo com planos do Daee (Departamento de Águas e Esgotos de São Paulo). As famílias deverão sair totalmente até 2014 e ir para unidades habitacionais da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo).
O plano inclui aterrar o lago nos próximos dez anos com 20 milhões de metros cúbicos provenientes do desassoreamento dos rios Tietê e Pinheiros, além de córregos, piscinões e outras obras públicas. Também estão previstas as construções de um centro de logística, heliporto, espelho d’agua e reflorestamento.
De acordo com a Prefeitura de Carapicuíba, não há prazo fixo para a realocação das famílias e não se sabe ainda para onde elas vão. “O prefeito Sergio Ribeiro reivindicou a elaboração do projeto de cronograma de mudança das famílias da área próxima à lagoa, estabelecendo prazos e localização de suas novas moradias”, afirmou o Executivo, por meio de nota.
Areia/ A área que hoje é ocupada pela lagoa já foi seca. Em 1962, areia era extraída do local. Em 1974, o Rio Tietê foi retificado e a cava foi alagada. Também data daquele ano o início da utilização do local como depósito de lixo e sua ocupação por favelas. O lixão permaneceu ativo até 2001, quando foi aterrado pela prefeitura. Apesar disso, o local ainda recebe dejetos de maneira irregular.
Sem saber que o local está destinado à desocupação, o coletor de lixo José Bonifácio de Lima, de 31 anos, comprou um barraco às margens do lago. “Paguei R$ 3 mil há três meses. Achei que estava barato mesmo, não desconfiei de nada”, afirma o coletor.
Para José, o maior problema que ele, sua esposa e os cinco filhos enfrentam é o lixo ainda jogado ali. “É bom aqui, mas o lixo estraga tudo”, diz Rivalda José de Souza, de 37 anos, mulher de José.
Tensão toma conta da Favela do Savoy perto de reintegração
O ajudante geral Anderson Guedes de Menezes, de 36 anos, está apreensivo com a possibilidade de ter de sair novamente de sua casa na Favela Savoy, em Carapicuíba. “Comprei a casa em 2006 e em 2008 tive de sair na outra desocupação, mas consegui voltar. Agora não sei se vão derrubar tudo”, afirma Menezes.
“Eu não pretendo resistir, se vierem eu e minha família sairemos em paz”, falou o ajudante. De acordo com a Prefeitura de Carapicuíba, a ordem judicial de desocupação está programada para o dia 6 de março, às 6h, em benefício da proprietária do terreno, a Construtora Savoy.
O açougueiro Adailton Gomes Soares, de 46 anos, também sairá de sua casa sem resistência, caso ocorra a reintegração de posse. “Eu vi o que fizeram lá no Pinheirinho. Não quero policiais pondo minha família para fora na base da pancada”, falou Soares.
O pedreiro João Joelson Pereira de Souza, de 48 anos, também teme a retirada, mas, otimista, está construindo uma nova casa no local. “Eu passei pela outra reintegração e aqui estou. A vida segue”, disse o pedreiro.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Morre Kasinski, fica a contaminação do Barão.



Este observatório já tratou aqui das mazelas deixadas pela Cofap e seu comandante no município de Mauá, Grande São Paulo. Depois da decisão do Tribunal que em nada agradou os contaminados da região do ABC, pouco restou para os munícipes do condomínio Barão de Mauá. 
Hoje os jornais anunciam a morte de Abraham Kasinski. É lembrado como visionário. Os condôminos aguardam a solução daquele que descansa em paz.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lixões na Caatinga: Municípios do Piauí em calamidade pública!



No passado o sertão brasileiro ocupava o noticiário com fome e miséria diante da seca irreversível. A seca perdura no sertão do Piauí. A fome e a miséria deram lugar ao novo cenário, com polos de desenvolvimento, agenda para o ecoturismo e novas perspectivas para o semiárido. 

O aumento do consumo das famílias e a emergência da nova classe média brasileira está desenhando uma nova paisagem na Caatinga. Com a falta de saneamento, imensos lixões se espalham no entorno de cidades médias e pequenas do Piauí, como Oeiras, Inhumas, Floriano, Nazaré do Piauí e Valença. É comum em plena Caatinga, bioma brasileiro único no mundo, encontrar plásticos, alimentos, restos de contaminantes da indústria de hidrocarbonetos diante de ampla variedade de espécies muitas delas ainda desconhecidas da ciência.

Se a Política Nacional de Resíduos Sólidos encontra dificuldades na sua implementação no Sudeste, no Nordeste brasileiro está longe de ser realidade. 






segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vítimas de intoxicação por cloro processam a Braskem!


Moradores foram afetados por vazamento da petroquímica em Alagoas213 pessoas foram à Justiça após acidente em maio; adolescente foi parar na UTI e ainda faz 3 inalações diárias.

ELIANE TRINDADE ENVIADA ESPECIAL A MACEIÓ - FSP

 Menos de dois meses após o vazamento na fábrica de cloro da Braskem em Maceió (AL), teve início no último dia 4 uma batalha judicial que envolve 213 vítimas da inalação do produto tóxico.Ao longo do mês, já foram ajuizadas 11 ações contra a petroquímica.São processos em que moradores das regiões afetadas -Sítio Recreio e praça Pingo D'Água, no bairro Trapiche da Barra- pretendem responsabilizar a Braskem, gigante do ramo com receita líquida de R$ 24,4 bilhões, por danos morais e/ou materiais."Houve omissão da empresa no atendimento aos moradores, em sua maioria gente necessitada", afirma Luiz Roberto de Arruda Sampaio, advogado das vítimas.A Braskem ainda não foi notificada. "Não temos conhecimento oficial das ações", afirma Milton Pradines, gerente de relações institucionais da empresa. "Na noite do vazamento, não havia 200 hospitalizados."Entre os casos que foram parar na Justiça estão o da aposentada Luzinete Santos, 65, e de sua neta Ana Paula Elias, 15, moradoras do conjunto habitacional Virgem dos Pobres 3, no Trapiche.Desde a noite de 21 de maio, quando a área foi tragada por uma nuvem de cloro, a família diz empreender uma via crucis por hospitais.A adolescente relata sequelas de pneumotite, espécie de pneumonia química. Ainda faz três inalações diárias para combater a falta de ar e os chiados no peito.Ana Paula conta que inalou por mais tempo o gás venenoso por ter cochilado enquanto estudava. Quando acordou, desmaiou tentando escapar do nevoeiro tóxico que invadiu a casa.Ela e a avó foram levadas por vizinhos para o HGE (Hospital Geral do Estado), onde 129 vítimas deram entrada naquela noite.Segundo boletim da Secretaria de Saúde de Alagoas, os pacientes apresentavam falta de ar, mal-estar, vômito, desmaios, tosse e cansaço.Ana Paula tomou oxigênio, fez nebulização e foi mandada pra casa. Voltou ao pronto-socorro quatro vezes naquela noite até ser internada. Teve alta no dia seguinte.Três dias após o acidente, um médico da Braskem avaliou Ana Paula e a encaminhou a um hospital particular, o Arthur Ramos.Ela passou cinco dias na UTI e outros três internada, por conta da Braskem."O caso da Ana Paula é uma questão mais psicológica", afirma Pradines.A dona de casa Alzira Campos, 37, foi atendida por médicos da Marinha cinco dias após o acidente. "Fiquei roxa, sem ar, com tosse e dor de cabeça que não passava."Ela, o marido e uma filha vivem no barraco no "Papódromo" erguido para a visita do papa João Paulo 2.Mais adiante, em uma zona conhecida como Sítio do Recreio, estão 40 barracos que ocupam os fundos do terreno da Braskem.Maria José Oliveira, 30, mora ali com o marido pescador e duas filhas. Espera que a Braskem resolva a situação sem precisar entrar na Justiça. "Não quero processar ninguém. A fábrica tem obrigação de dar assistência."

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ibama flagra desmatamento com agrotóxico no Amazonas.


O Ibama apreendeu na sexta-feira (17) quatro toneladas de agrotóxicos que seriam utilizados para desmatar 3.000 hectares de floresta nativa da União em Novo Aripuanã, sul do Amazonas.
O único registro de uso de agrotóxico em desmatamentos no Estado ocorreu em 1999. Durante um sobrevoo, fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) encontraram uma área de 250 hectares, no município de Boca do Acre, já destruída por ação do veneno Tordon 2,4 D.
Pulverizados sobre a floresta, os agrotóxicos têm o poder de desfolhar as árvores.
“A floresta vira um grande paliteiro, facilitando o desmatamento. É o mesmo processo usado pelo Exército norte-americano para encontrar os vietnamitas na Guerra do Vietnã”, disse o superintendente do Ibama no Amazonas, Mário Lúcio Reis.
Operação - Os fiscais do Ibama monitoravam o envio da carga de Rondônia para Novo Aripuanã (227 km de Manaus) havia uma semana.
Na sexta-feira, os produtos foram apreendidos em uma região de floresta desabitada às margens do rio Acari (afluente do Madeira), que fica nos limites entre a RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) do Juma e uma propriedade de um fazendeiro de Rondônia.
Os produtos químicos estavam escondidos debaixo de uma lona. Na carga, foram identificados os agrotóxicos 2,4 D Amina 72, U46BR, Garlon 480 e óleo mineral. Eles são comercializados legalmente como herbicidas para matar ervas daninhas em plantações de arroz e milho.
O nome do fazendeiro, que já foi multado por desmatar floresta nativa em outra ocasião, está sob sigilo devido às investigações do novo crime ambiental. A multa pode chegar a R$ 2 milhões.
Reis afirma que os fiscais encontraram uma pista de pouso na fazenda, de onde partiria um avião pulverizador para jogar os agrotóxicos sobre a floresta.
Queimadas - Ainda de acordo com o superintendente, após a pulverização as árvores que têm valor comercial são derrubadas com motosserras. “Depois, eles fazem queimadas para limpar o terreno. No lugar da floresta, o fazendeiro iria criar um grande pasto.”
Segundo o agrônomo e pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) Hiroshi Noda, ao serem lançados sobre a floresta, os agrotóxicos contaminam solo, lençóis freáticos, animais e seres humanos.
“Eles causam uma reação química no metabolismo das árvores, provocando seu colapso imediato”, disse.
Noda afirmou que, meses após a pulverização dos agrotóxicos, a terra pode ser utilizada para pastagens.(Fonte: Kátia Brasil/ Folha.com)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Napolitanos voltam a incendiar o lixo em protesto contra o acúmulo de resíduos!


Manifestantes atearam fogo ontem às pilhas de lixo que voltaram a tomar conta das ruas de Nápoles, no sul da Itália, e outras cidades da região. Os bombeiros apagaram ao menos 65 focos de incêndio até a madrugada de ontem. Os napolitanos ainda obstruíram vias com os resíduos. Segundo as autoridades, cerca de 2,3 mil toneladas de resíduos se acumulam nas ruas. Para o prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, os problemas sanitários estão relacionados com a política - já que ele faz oposição ao premiê Silvio Berlusconi - e com Camorra, a máfia napolitana, que controlaria a coleta na região. Magistris quer que policiais armados escoltem os caminhões de lixo para regularizar a situação. 
O Estado de S.Paulo