sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cuidado com esse tal de Chá...




Na atualidade deparamos-nos com a mudança de comportamentos em todas as esferas. Muitos afirmam que é sinal dos tempos, como se estivéssemos próximos do juízo final. Como alguma coisa sempre está fora da ordem, não nos assustemos. Setembro é mês da primavera, e bons ventos sopram por aí.
No capítulo da ordem urbana, a demolição do degradado edifício São Vito começa a virar realidade. O Museu Paulista, preciosidade brasileira, passará por restauro. Oxalá tivéssemos a mesma sorte com a implosão do Elevado Costa e Silva.

Nesta onda, que deixa de ser cinza para tornar-se um pouco mais saudável, novas paisagens virão por aí.

A Cetesb de Santana atestou recentemente a reabilitação da área da UNILEVER, localizada na Rodovia Anhanguera com Marginal Tietê. O Termo de Reabilitação de Área Contaminada para averbação na matrícula imobiliária é avalizada no Processo de 2005, “habilitando a área para qualquer tipo de uso, não havendo necessidade do estabelecimento de medidas de controle institucional, dispensadas restrições ao uso de solo e das águas subterrâneas e de engenharia”.

Durante décadas de atividade produtiva industrial da inglesa UNILEVER foi fonte de contaminação do subsolo e águas subterrâneas em plena Pirituba. Dentre as medidas de saneamento do sítio da empresa, a remoção de solo foi a recomendação da Agência Ambiental Paulista.

Boa notícia para nosotros!

O risco agora é outro. Diante da verticalização que esgota Vila Leopoldina, a rota de migração imobiliária atravessa o Rio Tietê e especulam as grandes áreas industriais pouco mensuradas pelo planejamento urbano, ritual este com tradicional chá inglês.

Edson Domingues, 10/09

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ILHA DAS FLORES, DEPOIS DE 22 ANOS, CONTINUA SENDO ATUAL


Segundo pesquisa, ele foi reconhecido mundialmente, sendo considerado pela crítica européia com um dos melhores 100 filmes do século.
O autor mostra de forma contundente como o sistema econômico, no qual estamos inseridos, contribui para a desigualdade e a indiferença com a necessidade alheia. Através de fatos corriqueiros, o autor narra a  trajetória de alguns personagens divididos em classes sociais: uma dona de casa que vende produtos de beleza para ajudar no orçamento doméstico, um produtor de tomates, um fazendeiro e criador de porcos e finalmente os moradores da Ilha das Flores. Na narrativa, muitas informações são mostradas através de uma linguagem científica, cuja  a intenção é a de  “igualar” o ser humano por meio de descrições que denotam a raça humana. Contudo, mostra o desigual tratamento dado aos “iguais” seres humanos, colocando-os inferiores aos porcos. Na concepção do autor, o que determina a diferença entre os humanos é sua classe social, os bens que possui.

Mulheres e crianças que se alimentam de restos que foram descartados por tratadores de porcos e considerados como impróprio para o consumo, podem parecer, para muitos, sentimentalismo ou exploração da desgraça alheia,  no entanto  são fatos, e como tais devem ser apresentados. Graças a  iniciativas como essas, a questão pode ser retomada nas rodas de conversas ou, pelo menos,  nas cadeiras das universidades. Ilha das Flores, uma comunidade de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, foi o cenário dessa história, mas poderia ser qualquer outra das muitas existentes em igual condição no Brasil e no mundo. As opiniões em torno do tema são divergentes, contudo isso não impede que um desejo seja unânime: que não existam mais “ilhas das flores”.    
 http://pt.shvoong.com/entertainment/movies/1861005-ilha-das-flores/


Reflitam!!
               Érica Sena





Silêncio, é madrugada



No centenário do saudoso Adoniran Barbosa, a Casa Verde não poderia ficar de fora deste De olho no Solo. Adoniran imortalizou vários bairros paulistanos com seu sotaque típico italiano, da Mooca. O sotaque da Mooca, aliás, poderá vir a ser o primeiro bem tombado de natureza imaterial da cidade de São Paulo. Mas “fiquemo”, como diria Adorinan, com a Casa Verde.

Como no silêncio da madrugada, dorme sob o solo de nossa mãe gentil, diversos contaminantes. No caso do bairro da Casa Verde, o terreno de propriedade da Viação Santa Cruz S/A, está recheado de combustíveis líquidos, solventes aromáticos e PAHs.

Os PAHs são Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos, oferecem riscos de desenvolvimento de neoplasias na bexiga, nos pulmões, no estômago, e apresentam um aumento significativo do processo de mutagênia. Em 1997, a Agência Inglesa para Substâncias Tóxicas apresentou a chamada CERCLA Priorit List, de substâncias potencialmente tóxicas para os seres humanos. PAHs estão classificados em 7º lugar na lista como um dos mais tóxicos, liderados pelo Arsênio, seguidos por Chumbo e Mercúrio. A Agência de Meio Ambiente Norte Americana – EPA, passou a priorizar os estudos sobre 16 tipos de PAHs (Fonte: Centro Tecnológico de Polímeros SENAI-RS).

Em Novembro de 2009, a área da Viação Santa Cruz, localizada na Rua Desembargador Euclides da Silveira, 232, passou a constar na lista de Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo, da Agência Ambiental do Estado de São Paulo - Cetesb. Aponta o Relatório para contaminação do subsolo e águas subterrâneas dentro e fora do sítio da Viação. A Cetesb ainda faz medidas de controle institucional com avaliação de risco.

A Comissão de Atividade Econômica da Câmara Municipal de São Paulo requisitou nesta semana informações adicionais a Cetesb e aos proprietários sobre o saneamento da área.

Como no samba No morro da Casa Verde, o assunto está em Silêncio, mas já não é madrugada para os responsáveis tomarem providências tamanho risco ao ambiente da zona norte. Durma num barulho destes...

Edson Domingues

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Obras do Metrô desvendam segredos de Sto Amaro

 Ao ser escavado o solo pode ser encontradas objetos inusitados, diferentemente de substâncias contaminantes. Pois bem, nas escavações feitas para a construção da Linha 5 -lilás do Metrô em São Paulo, na região de Santo Amaro, Zona Sul, encontrou-se fragmentos de peças e objetos arqueológicos . Estas peças revelam um pouco da história da colonização deste região a partir do século XVI.

 A arqueóloga Rucirene Miguel,da empresa ALASKA Arqueologia, prestadora de consultoria ao Metrô, relatou a importância desse achado, já que não existem muitos registros sobre os costumes dessa época. Segundo ela, essa região poderia ter sido uma área de descarte, onde as pessoas jogavam lixo e o queimavam, evidenciado pela quantidade das cinzas e carvão misturado ao solo.
Os fragmentos encontrados nessa escavação foram: trilhos de bonde, peças de cerâmicas, fragmentos de louças inglesas e cachimbos. Mas o que mais chamou atenção foi o encontro de uma pederneira: pedras formadas de sílix, lascadas e usadas como armas.
" É interessante porque a chegada do progresso veio desenvolver a história que o tempo roubou"- Jackson Teixeira ( gerente de contrução da Linha 5 do Metrô).
                                                Érica Sena

Notícia original:

Fonte: Diário de SP, 03/08 ( adaptação)

Morador habita área contaminada em SP sem saber

Milhares de pessoas que fizeram investimentos altos na compra de um imóvel estão há anos morando em áreas classificadas oficialmente como contaminadas pelo poder público sem saber disso.
De acordo com o texto, o risco à saúde, na maioria das vezes, é quase nulo, principalmente se a construtora estiver cumprindo todas as exigências dos órgãos ambientais, como a Cetesb. Mas a falta de transparência, seja por quem faz a obra, seja por parte do poder público, é algo usual na cidade. E pode ter sérias implicações.

Segundo a Cetesb, saber se o terreno onde fica um prédio está contaminado é importante para saber implicações e proibições. O caso do condomínio Collina Parque dos Príncipes, na zona oeste, é emblemático. Ali, a contaminação de uma antiga fábrica atingiu o lençol freático, segundo a própria incorporadora. Por isso, os moradores nunca poderão cavar um poço artesiano lá. 


Notícia completa: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0908201012.htm

Fonte: Folha de SP. 09/08