terça-feira, 24 de agosto de 2010

Shopping vai revitalizar área na Mooca

Terreno de 72 mil metros quadrados que abrigou fábrica da Ford teve de ser descontaminado; será o 51º centro de compras da capital.

  Construção.  Atualmente, a área em que será construído shopping, na Avenida Henry Ford, é cercada de galpões vazios            

Mais uma área que já abrigou indústrias na Mooca, na zona leste de São Paulo, vai mudar de perfil. 

O terreno que durante quatro décadas foi sede da fábrica de caminhões da Ford ganhará, até o fim do ano que vem, um shopping com 255 lojas. A área teve de ser descontaminada. O alvará para a construção do 51.º centro de compras da capital e o sétimo da zona leste foi emitido no dia 5 pela Secretaria Municipal de Habitação.

Até novembro de 2009, o terreno de 72 mil metros quadrados, que fica na Avenida Henry Ford, aparecia na lista da Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) de áreas contaminadas no Estado de São Paulo. Segundo a BRMalls, empresa responsável pelo empreendimento, a limpeza do solo e do lençol freático do terreno já foi concluída em março deste ano. O terreno foi comprado pela BRMalls em 2001. Na época, a montadora assumiu a descontaminação. 

O novo shopping terá 2.250 vagas de garagem e um investimento de quase R$ 300 milhões. A entrada será pela Rua Capitão Pacheco e Chaves. O Bradesco fez um financiamento imobiliário de R$ 115 milhões para a construção do empreendimento em julho. No total, 56% dos espaços para lojas já foram alugados. Os nomes não foram divulgados pela empresa - a inauguração deverá ocorrer no segundo semestre de 2011.
Para João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), a inauguração de um shopping na Mooca vai valorizar o bairro. O preço do metro quadrado na Mooca aumentou 80% entre 2007 e 2010 e hoje chega a R$ 4 mil em algumas ruas perto da Estação Bresser-Mooca do Metrô, valor semelhante ao de Pinheiros, na zona oeste da capital. "Se o shopping for de qualidade, o reflexo positivo será percebido em todo o entorno do empreendimento", diz Crestana. Nas próximas semanas, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) deve definir as medidas que a BRMalls terá de adotar para compensar o impacto no trânsito local.
Novo perfil. A presença de um shopping em meio aos galpões vazios e degradados da Avenida Henry Ford vai contribuir para a mudança de paisagem em um dos bairros mais tradicionais da cidade. De passado industrial, desde 2007 a Mooca atraiu sete mil novos moradores e mais 12 mil são esperados até o fim de 2012. Um dos motivos que atraem hoje esses paulistanos é o mesmo que levou mais de 160 indústrias para a área no passado: a proximidade com a região central.
Hoje, porém, os 72 mil habitantes da Mooca contam com a facilidade do metrô e com uma rede de serviços que inclui quatro faculdades e três hospitais - mas o vasto comércio de rua continua essencialmente popular.
"O melhor do shopping não vai ser só as lojas, mas o cinema. Hoje temos de andar pelo menos 20 minutos de carro para chegar aos shoppings Anália Franco ou Metrô Tatuapé. Agora realmente posso dizer que na Mooca tem de tudo", diz a química Fernanda Domingues, de 36 anos, que mudou para o bairro no início do ano. "Morava no Tatuapé. Aqui fiquei mais perto do trabalho, no centro. Ganhei uma hora todo dia que perdia no trânsito."
"Sou contra esse monte de prédio envidraçado que chegou ao bairro e deixou o trânsito ruim. Mas acho que o shopping vai criar um movimento bom na Henry Ford, que fica deserta à noite", diz o analista financeiro Rodrigo Fernandes, de 36 anos.

RAIO X
Área do terreno: 70 mil metros quadrados
Área que será ocupada pelos prédios do shopping: 42 mil metros quadrados
Número de lojas âncoras e megalojas: 14
Lazer: cinemas e games
Número de lojas: 255
Número de vagas no estacionamento: 2.250
Previsão de inauguração: segundo semestre de 2011
Endereço: Rua Capitão Pacheco e Chaves, 313, Mooca 

Fonte: Estadão, 1908

domingo, 22 de agosto de 2010

Shell e Basf irão recorrer em acusação de contaminação no Brasil

LONDRES/FRANKFURT - A Royal Dutch Shell e a fabricante de químicos alemã Basf planejam recorrer da decisão em primeira instância da Justiça brasileira, segundo a qual uma antiga fábrica de pesticidas foi responsável por causar doenças e problemas de saúde em seus funcionários. 

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) informou no sábado que o tribunal de Paulínia, no interior de São Paulo, condenou a Basf e a Shell a pagar R$ 1,1 bilhão por contaminação de solo e água.

"Esperamos que a Justiça brasileira determine que não fomos responsáveis pelos impactos na saúde e pelas outras alegações", afirmou um porta-voz da Shell neste domingo.
A Basf também planeja apelar da decisão, alegando que o ex-proprietário da Shell deve ser responsabilizado, segundo uma porta-voz da empresa alemã. 

A Shell construiu a fábrica em 1970 e vendeu a planta à fabricante de químicos Cyanamid em 1995. Em 2000, a Basf comprou a fábrica, onde produziu pesticidas por dois anos antes de encerrar as operações, segundo a porta-voz. Desde 2008, a Shell passou a ser responsável pela planta novamente, segundo ela. 

De acordo com o jornal, antigos funcionários da fábrica desenvolveram câncer, doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde.

Fonte: Jornal Estado de SP, 22/08