segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vítimas de intoxicação por cloro processam a Braskem!


Moradores foram afetados por vazamento da petroquímica em Alagoas213 pessoas foram à Justiça após acidente em maio; adolescente foi parar na UTI e ainda faz 3 inalações diárias.

ELIANE TRINDADE ENVIADA ESPECIAL A MACEIÓ - FSP

 Menos de dois meses após o vazamento na fábrica de cloro da Braskem em Maceió (AL), teve início no último dia 4 uma batalha judicial que envolve 213 vítimas da inalação do produto tóxico.Ao longo do mês, já foram ajuizadas 11 ações contra a petroquímica.São processos em que moradores das regiões afetadas -Sítio Recreio e praça Pingo D'Água, no bairro Trapiche da Barra- pretendem responsabilizar a Braskem, gigante do ramo com receita líquida de R$ 24,4 bilhões, por danos morais e/ou materiais."Houve omissão da empresa no atendimento aos moradores, em sua maioria gente necessitada", afirma Luiz Roberto de Arruda Sampaio, advogado das vítimas.A Braskem ainda não foi notificada. "Não temos conhecimento oficial das ações", afirma Milton Pradines, gerente de relações institucionais da empresa. "Na noite do vazamento, não havia 200 hospitalizados."Entre os casos que foram parar na Justiça estão o da aposentada Luzinete Santos, 65, e de sua neta Ana Paula Elias, 15, moradoras do conjunto habitacional Virgem dos Pobres 3, no Trapiche.Desde a noite de 21 de maio, quando a área foi tragada por uma nuvem de cloro, a família diz empreender uma via crucis por hospitais.A adolescente relata sequelas de pneumotite, espécie de pneumonia química. Ainda faz três inalações diárias para combater a falta de ar e os chiados no peito.Ana Paula conta que inalou por mais tempo o gás venenoso por ter cochilado enquanto estudava. Quando acordou, desmaiou tentando escapar do nevoeiro tóxico que invadiu a casa.Ela e a avó foram levadas por vizinhos para o HGE (Hospital Geral do Estado), onde 129 vítimas deram entrada naquela noite.Segundo boletim da Secretaria de Saúde de Alagoas, os pacientes apresentavam falta de ar, mal-estar, vômito, desmaios, tosse e cansaço.Ana Paula tomou oxigênio, fez nebulização e foi mandada pra casa. Voltou ao pronto-socorro quatro vezes naquela noite até ser internada. Teve alta no dia seguinte.Três dias após o acidente, um médico da Braskem avaliou Ana Paula e a encaminhou a um hospital particular, o Arthur Ramos.Ela passou cinco dias na UTI e outros três internada, por conta da Braskem."O caso da Ana Paula é uma questão mais psicológica", afirma Pradines.A dona de casa Alzira Campos, 37, foi atendida por médicos da Marinha cinco dias após o acidente. "Fiquei roxa, sem ar, com tosse e dor de cabeça que não passava."Ela, o marido e uma filha vivem no barraco no "Papódromo" erguido para a visita do papa João Paulo 2.Mais adiante, em uma zona conhecida como Sítio do Recreio, estão 40 barracos que ocupam os fundos do terreno da Braskem.Maria José Oliveira, 30, mora ali com o marido pescador e duas filhas. Espera que a Braskem resolva a situação sem precisar entrar na Justiça. "Não quero processar ninguém. A fábrica tem obrigação de dar assistência."

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ibama flagra desmatamento com agrotóxico no Amazonas.


O Ibama apreendeu na sexta-feira (17) quatro toneladas de agrotóxicos que seriam utilizados para desmatar 3.000 hectares de floresta nativa da União em Novo Aripuanã, sul do Amazonas.
O único registro de uso de agrotóxico em desmatamentos no Estado ocorreu em 1999. Durante um sobrevoo, fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) encontraram uma área de 250 hectares, no município de Boca do Acre, já destruída por ação do veneno Tordon 2,4 D.
Pulverizados sobre a floresta, os agrotóxicos têm o poder de desfolhar as árvores.
“A floresta vira um grande paliteiro, facilitando o desmatamento. É o mesmo processo usado pelo Exército norte-americano para encontrar os vietnamitas na Guerra do Vietnã”, disse o superintendente do Ibama no Amazonas, Mário Lúcio Reis.
Operação - Os fiscais do Ibama monitoravam o envio da carga de Rondônia para Novo Aripuanã (227 km de Manaus) havia uma semana.
Na sexta-feira, os produtos foram apreendidos em uma região de floresta desabitada às margens do rio Acari (afluente do Madeira), que fica nos limites entre a RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) do Juma e uma propriedade de um fazendeiro de Rondônia.
Os produtos químicos estavam escondidos debaixo de uma lona. Na carga, foram identificados os agrotóxicos 2,4 D Amina 72, U46BR, Garlon 480 e óleo mineral. Eles são comercializados legalmente como herbicidas para matar ervas daninhas em plantações de arroz e milho.
O nome do fazendeiro, que já foi multado por desmatar floresta nativa em outra ocasião, está sob sigilo devido às investigações do novo crime ambiental. A multa pode chegar a R$ 2 milhões.
Reis afirma que os fiscais encontraram uma pista de pouso na fazenda, de onde partiria um avião pulverizador para jogar os agrotóxicos sobre a floresta.
Queimadas - Ainda de acordo com o superintendente, após a pulverização as árvores que têm valor comercial são derrubadas com motosserras. “Depois, eles fazem queimadas para limpar o terreno. No lugar da floresta, o fazendeiro iria criar um grande pasto.”
Segundo o agrônomo e pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) Hiroshi Noda, ao serem lançados sobre a floresta, os agrotóxicos contaminam solo, lençóis freáticos, animais e seres humanos.
“Eles causam uma reação química no metabolismo das árvores, provocando seu colapso imediato”, disse.
Noda afirmou que, meses após a pulverização dos agrotóxicos, a terra pode ser utilizada para pastagens.(Fonte: Kátia Brasil/ Folha.com)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Napolitanos voltam a incendiar o lixo em protesto contra o acúmulo de resíduos!


Manifestantes atearam fogo ontem às pilhas de lixo que voltaram a tomar conta das ruas de Nápoles, no sul da Itália, e outras cidades da região. Os bombeiros apagaram ao menos 65 focos de incêndio até a madrugada de ontem. Os napolitanos ainda obstruíram vias com os resíduos. Segundo as autoridades, cerca de 2,3 mil toneladas de resíduos se acumulam nas ruas. Para o prefeito de Nápoles, Luigi de Magistris, os problemas sanitários estão relacionados com a política - já que ele faz oposição ao premiê Silvio Berlusconi - e com Camorra, a máfia napolitana, que controlaria a coleta na região. Magistris quer que policiais armados escoltem os caminhões de lixo para regularizar a situação. 
O Estado de S.Paulo


terça-feira, 21 de junho de 2011

Intoxicações por metais pesados provocam protestos na China.


As intoxicações por metais pesados produzidos pelas fábricas alimentam as revoltas em uma sociedade cada vez mais crítica com a gestão do Governo.
A reportagem é de José Reinoso e está publicada no jornal espanhol El País, 16-06-2011. A tradução é do Cepat.
Os escândalos devidos ao envenenamento por chumbo se multiplicam na China, apesar do compromisso público do Governo para acabar com eles, e se converteram em um novo foco de instabilidade social no país asiático, onde os Governos locais com frequência ocultam as intoxicações.
Mais de 600 pessoas acusaram níveis altos, e em muitos casos perigosos, do metal pesado no sangue da população de Yangxunqiao (província costeira de Zhejiang), segundo informou esta semana a imprensa chinesa. As vítimas são trabalhadores de fábricas que produzem papel de estanho e alguns de seus filhos; 26 adultos e 103 crianças ficaram gravemente envenenados.
Trata-se do último caso de um problema que afeta muitas populações na China, onde vivem com frequência a poucos metros de indústrias com condições de segurança de trabalho mínimas e oficinas que competem entre si para produzir pelo custo mais baixo.
O escândalo se soma aos registrados nos últimos meses nesta e em outras províncias da China, onde o rápido crescimento da economia, a corrida atrás do lucro rápido, a lassidão dos controles e a corrupção causaram sérios problemas ambientais que, frequentemente, desembocam em explosões de violência por parte dos afetados.
Milhões de crianças se intoxicaram com chumbo em todo o país, segundo assegura a organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), com sede em Nova York, em um informe publicado na quarta-feira e no qual afirma também que os funcionários locais minimizam sistematicamente os perigos do chumbo e negam o direito dos possíveis afetados fazerem análises médicas, para ocultar o problema.
O Governo está fazendo uma campanha contra a contaminação por metais pesados. Centenas de fábricas de baterias de chumbo e ácido foram fechadas em Zheijiang, depois que a imprensa oficial publicou casos de intoxicação. O Ministério do Meio Ambiente pediu ações urgentes, já que os envenenamentos criaram grande ressentimento entre a população.
Pequim vê com grande preocupação qualquer foco de protestos, especialmente desde que no começo do ano explodiu no norte da África uma onda de revoluções populares, que se estendeu depois ao Oriente Médio, demandando justiça social e democracia. Mas muitas vezes é incapaz de cumprir seus compromissos públicos com investimentos ou o desejo político necessários para fazer com que sejam cumpridos, já que os funcionários locais dão prioridade ao crescimento econômico e aos lucros antes que à proteção ambiental.
Nas cerca de 500 entrevistas realizadas com pais e parentes em províncias como Hunan, Henan, Yunnan, e Shaanxi, a HRW constatou que as autoridades tentavam silenciar continuamente aqueles que queriam falar ou pedir ajuda. Muitas famílias afetadas asseguraram que eram impedidas de fazerem exames para detectar os níveis de chumbo no sangue, negavam o acesso aos resultados dos exames ou lhes entregavam dados aparentemente maquiados. “Quero saber como meu filho ficou doente, mas não posso confiar nos resultados do exame”, conta uma mulher de Hunan no informe. “Pais, jornalistas e ativistas que se atrevem a falar sobre o chumbo são presos, perseguidos, e, em última instância, silenciados”, escreve Joe Amon, diretor de saúde e direitos humanos na organização não governamental. Alguns pais afirmam que depois que seus filhos apresentaram níveis perigosos de chumbo no sangue, os médicos só lhes disseram que lhes dessem leite e outros alimentos, como maças ou alho.
O clima de segredo das autoridades recorda o escândalo do contágio de AIDS pela venda de sangue contaminado no final da década de 1990, que afetou dezenas – ou centenas, segundo as fontes – de milhares de pessoas, e a epidemia de SARS [Síndrome Respiratória Aguda Grave], em 2003.
A China é o maior produtor e consumidor mundial de chumbo refinado. Embora a proibição da gasolina com este metal no final dos anos 1990 tenha ajudado a reduzir uma das maiores fontes de envenenamento, o progresso do país e o auge na produção de carros, bicicletas elétricas e aparelhos eletrônicos disparou a demanda de baterias. Cerca de 75% da produção mundial de chumbo é destinada a baterias.
A contaminação por chumbo – que frequentemente se dá pouco a pouco, devido a uma exposição continuada a pequenas quantidades – pode causar graves lesões ao corpo, inclusive ao cérebro, rins e aos sistemas muscular, nervoso e reprodutivo. As crianças são muito sensíveis ao metal porque absorvem até a metade da quantidade a que estão expostas, e podem apresentar problemas de crescimento e de desenvolvimento do cérebro, por vezes irreversíveis. Uma circunstância muito delicada na China, onde a saúde é paga e impera a política do filho único.
Em maio passado, as autoridades de Zhejiang prenderam 74 pessoas e suspenderam a atividade de centenas de fábricas depois que 172 pessoas – entre elas, 53 crianças – adoeceram devido ao chumbo. Em outubro de 2009, manifestantes irritados quebraram caminhões e cercas de uma fundição depois que se tornou público que exames de detecção do metal em mais de 600 crianças haviam dado positivo.
(Ecodebate, 21/06/2011) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Apareceu o Margarido!


No ano passado os seguidores deste Blog puderam testemunhar a reviravolta na escolha do Estádio para a abertura da Copa do Mundo em São Paulo para o ano de 2014. O famoso Piritubão não saiu do papel pois a área de 5 milhões de metros quadrados está contaminada. 

Fervor agora está do outro lado da cidade com o Itaquerão cheio de problemas. Aqueles que acompanham Pirituba e o sonhado Centro de Convenções assistem as movimentações da administração municipal e do setor privado repletos de indagações.

Aloisio Margarido, representante do Comissariado da Odebrecht fez nesta semana turismo social. Atravessou o rio Tietê e planou na Associação Comercial de Pirituba para apresentar aquilo que Dadá Maravilha chamava de solucionática! A problemática nosotros já sabemos: passivo ambiental da área do futuro Centro de Convenções.

Margarido não para no ar como Dadá Maravilha. Porém suas palavras ficaram no ar durante sua inserção na periferia. O Comissário Margarido afirmou que são R$16 milhões para descontaminar a área condenada pela Cetesb. Os devotos de São Tomé já começam divergir de seu contaminante pronunciamento. Os fiéis já preparam a romaria, pois milagres na operação do Comissário não existem. 

Se miséria pouca é bobagem, o Comissário ainda anunciou alça de acesso ao futuro Centro passará pela cabeça dos moradores do aprazível bairro do City Pinheirinho colocando fim ao sossego dos tranquilos moradores.

Não há nesta ou em outra imaginática, tamanha fantasia com os trocados que o Comissário da Odebrecht pretende investir na periferia.
Edson Domingues


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vazamento de cloro em petroquímica da Braskem intoxica 152 pessoas em Maceió.


Um grande vazamento de cloro na sede da empresa petroquímica Braskem, no bairro do Ponta da Barra, em Maceió, causou uma nuvem de fumaça tóxica na noite deste sábado (21) e levou 152 pessoas a buscar e superlotar o atendimento nos principais hospitais de urgência e emergência de Alagoas. Dessas, 22 eram crianças. Apenas uma pessoa segue internada.
Em nota, a empresa confirmou que houve vazamento às 19h38, sendo contido às 20h15. A princípio, moradores afirmaram ter ouvido a explosão, seguida de uma nuvem de fumaça branca.O acidente paralisou a produção industrial do setor 225, responsável pela compressão do vapor do cloro. Reportagem de Aliny Gama e Carlos Madeiro, no UOL Notícias.
A empresa não soube explicar o motivo do acidente, mas neste domingo técnicos de outros Estados já chegaram a Maceió e começaram a analisar as causas do vazamento, que causou pânico aos moradores da região e deslocou todas as unidades de atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros da capital alagoana para remoção de pacientes.
Devido à proximidade, a população da região é treinada para agir em caso de acidente. Logo após o vazamento, a sirene de alerta tocou, mas as pessoas que estavam na praça Pingo D’Água, a maior do bairro, foram as mais atingidas, já que a empresa fica a menos de 1 km do local. Houve correria dos moradores, que tentaram a todo custo se proteger da fumaça.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, 130 pessoas foram atendidas com problemas causados por intoxicação no Hospital Geral do Estado, mas 129 já haviam sido liberados na manhã deste domingo. Apenas Fernando Aquino, 50, segue internado na Unidade de Terapia Intensiva, mas a informação é de que esse paciente já tinha problemas respiratórios, que podem –ou não– ter sido agravados com a nuvem tóxica.
Dos 130 pacientes, 30 apresentaram os sintomas mais preocupantes e precisaram ficar em observação, mas passam bem. Já 22 crianças foram atendidas na clínica Dayse Breda na noite deste sábado, também em Maceió, mas receberam alta médica.
“Multa pesada”
O IMA (Instituto do Meio Ambiente de Alagoas) informou que vai investigar o caso, e a empresa deve receber uma “multa pesada”. O órgão abriu um processo administrativo para apurar as causas do acidente.
De acordo com o diretor técnico do IMA, Ricardo Cesar Barros, o instituto está analisando o grau dos danos causados pelo acidente para estipular a multa. “Estamos aguardando um relatório que está sendo elaborado por técnicos da Braskem, que vai ser entregue ainda hoje, para reunirmos com o departamento jurídico do IMA e estipularmos a multa. Garanto que vai ser uma multa pesada. Vamos ficar no encalço da empresa, fiscalizando tudo”, disse.
Ele explicou que logo após o acidente, os técnicos do IMA fizeram uma inspeção de campo para fazer os primeiros levantamentos do que houve. “A nuvem de gás de cloro ficou dissipada no ar às 20h15, tempo de afetar dezenas de pessoas da comunidade, principalmente crianças. Os ventos não contribuíram para que a nuvem fosse embora logo e afetou as pessoas. Nesta segunda-feira, o IMA irá fazer coleta de qualidade da água na região da lagoa Mundaú para saber se ela também foi afetada.
A região e a empresa
A região do Pontal da Barra fica entre o mar e a lagoa Mundaú e é composta por pescadores e artesãs. O bairro é um dos pontos turísticos da capital alagoana, partida do tradicional passeio das nove ilhas, além de tradicionais restaurantes com cozinha especializada em frutos do mar.
A Braskem se instalou nos anos 1970 em Maceió para ser uma indústria de produção cloroquímica. Inicialmente, instalada à beira mar da área então nobre de Maceió, a empresa tinha o nome de Salgema. À época da instalação, ambientalistas protestaram contra a implantação da empresa em área de expansão urbana da cidade e a menos de 5 km do centro da capital, mas foram vencidos pelo argumento de que a instalação de um polo geraria milhares de empregos – o que nunca se concretizou.
Por conta da instalação da empresa, imóveis da região sul da capital desvalorizaram, e muitos moradores deixaram a área, hoje ocupada por famílias pobres. Nos anos 1990, a empresa mudou de donos e de nome. Atualmente, a Braskem é hoje a maior produtora de resinas termoplásticas da América, com 31 plantas industriais no Brasil e nos Estados Unidos.
EcoDebate, 23/05/2011

Carga de urânio chega às instalações da INB em Caetité/BA


A carga de urânio que havia sido bloqueada pela população de Caetité (624 km de Salvador) no domingo (15) foi transportada, na madrugada desta sexta-feira (20) até as instalações da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) na cidade.
Na quinta-feira (19), a Polícia Militar da Bahia destacou 160 homens para acompanhar o desfecho do impasse. Havia temor de que manifestantes tentassem bloquear novamente as nove carretas que transportavam a carga. Não houve conflito.
Por um acordo celebrado entre a estatal, ambientalistas e a administração municipal, a carga permanecerá lacrada nas instalações da INB, no distrito de Maniaçu, até que “sejam satisfeitos todos os requisitos de segurança dos trabalhadores da INB e do meio ambiente”.
Um representante do Greenpeance, enviado à cidade, disse na terça-feira (17) estar preocupado com a segurança da carga, que ficou armazenada a céu aberto, em local inadequado. O Ministério Público Federal também pediu ontem esclarecimentos à INB sobre o conteúdo da carga. (Fonte: Pedro Leal Fonseca/ Folha.com)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Moradores de Caetité, BA, impedem a entrada de carga nuclear na cidade.

                           



Cerca de 2000 moradores da cidade de Caetité realizaram neste domingo no inicio da noite uma vigília em protesto, “contra o lixo atômico e em defesa da vida”. O protesto foi uma iniciativa da Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité (Ba), da Comissão Pastoral da Terra, da Cáritas e do Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania após informação de que um comboio com containers de material radioativo estaria se deslocando de São Paulo com destino à região da mina de urânio em Caetité – Bahia. A população, revoltada com o descaso e com a total desinformação por parte da INB acerca do conteúdo da tal carga radioativa, bloqueou a rodovia que liga Caetité ao distrito de Maniaçu, principal rota de acesso à área da mina de urânio, impedindo a passagem das carretas com os containers. Com o bloqueio da rodovia, as carretas se deslocaram partindo algumas em sentido a cidade de Lagoa Real e outras por estradas vicinais que dão acesso ao local da Mina. A população se manteve no local em vigília e com gritos de protesto.
Segundo os manifestantes, a preocupação agora é quanto ao caminho alternativo que está sendo buscado pelo comboio para desviar dos manifestantes, uma vez que as demais estradas de acesso à mina não oferecem condições que garanta a chegada do material com segurança, expondo ainda mais a população ao risco com um possível acidente.
As organizações envolvidas com o ato informaram que foi feito comunicado ao Ministro da Ciência e Tecnologia, ao Governador da Bahia, à Ministra de Meio Ambiente, ao Presidente do IBAMA, à Diretoria de Licenciamento Ambiental – DILIC, ao Superintendente do IBAMA / Bahia, à Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia, à Comissão Nacional de Energia Nuclear, à INB – Indústrias Nucleares do Brasil, à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal da Bahia e ao Ministério Público Estadual da Bahia solicitando pedido de explicações e providências de acordo à competência de cada um, porém ainda não obteve nenhuma resposta.
Por volta das vinte e uma horas o Prefeito da cidade, José Barreira, compareceu ao local da manifestação e declarou publicamente que o mesmo não tinha nenhum conhecimento acerca da carga que estaria chegando ao município e afirmou que não permitirá que a mesma seja descarregada sem antes ter conhecimento do tipo de material transportado de quais os riscos oferece à população.
* *
Antes cogitado para chegar na próxima semana, tudo indica que o comboio radioativo, possivelmente vindo de São Paulo, que chegaria à Bahia na próxima semana, foi antecipado para hoje, revoltando a população local que está se mobilizando para rejeitar a carga nuclear, que deverá passar pela sede do município, rumo ao distrito de Maniaçu. Os sindicatos de trabalhadores do Rio de Janeiro e de Brumado estão questionando a insegurança com que este transporte está sendo feito e os riscos que isto representa para os trabalhadores, as populações e o meio ambiente.
Na última quinta-feira, a Rádio Educadora Santana de Caetité tratou do assunto, levantando a possibilidade da carga radioativa, ser a mesma que saiu da cidade de Poços de Caldas (MG), na década de 1990, destinada a São Paulo a ser utilizada pela Marinha Brasileira em um projeto de submarino nuclear. Ainda segundo informações extra-oficiais, depois de usado no projeto, esse material ficou confinado em algum lugar da capital paulista (Interlagos?), até ser liberado para voltar a Poços de Caldas.
Em 2000, quando que a carga voltaria a Minas, o então governador, Itamar Franco, proibiu a entrada da carga radioativa no Estado, inclusive colocando um helicóptero para sobrevoar a área da INB, impedindo a entrada ou saída de caminhões com contêineres. Na quinta-feira passada, os microfones da Educadora de Caetité foram colocados à disposição da direção da INB e reservado o horário da sexta-feira para esclarecimentos, mas ninguém se pronunciou até o momento (http://www.icaetite.com.br). Organizações e movimentos sociais e populares de Caetité enviaram por e-mail e telefone a mensagem, transcrita abaixo, com pedido de explicações e providências às autoridades federais, estaduais e municipais dos três Poderes:
Salvador, 12 de maio de 2011
Ilmos. (as):
Sr. Aluisio Mercadante, Ministro da Ciência e Tecnologia
Sr. Jaques Wagner, Governador da Bahia
Sra. Izabella Mônica Vieira Teixeira, Ministra de Meio Ambiente
Sr. Curt Trennepohl, Presidente do IBAMA
Com cópia:
Diretoria de Licenciamento Ambiental – DILIC
Sr. Célio Costa Pinto, Superintendente do IBAMA / Bahia
Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia
Prefeitura Municipal de Caetité
Câmara de Vereadores de Caetité
Comissão Nacional de Energia Nuclear
Indústrias Nucleares do Brasil
Sindicato dos Mineradores de Brumado
Polícia Federal
Ministério Público Federal da Bahia
Ministério Público Estadual da Bahia
Ref: CHEGADA DE CARGA RADIOATIVA A CAETITÉ, NA BAHIA
Tomamos conhecimento de que chegará a Caetité uma carga de material radioativo, vindo de outro estado, que não sabemos a quê se destina.
Será lixo radioativo para ser depositado em Caetité?
Estarão trazendo material das antigas usinas paulistas, a USIN – que guarda cerca de 1.500 toneladas de Torta II (concentrado de urânio e tório) – e a USAM, que também guarda toneladas desse material atômico – ou do Planalto de Poços de Caldas, que estoca cerca de 12.500 toneladas de Torta II?
Estarão vindo lixo atômico das experiências da construção do submarino nuclear e mais toneladas de material radioativo de urânio, em diversas formas, do Centro Tecnológico da Marinha (Iperó-SP), para reprocessamento em Caetité?
Será que, devido ao gasto de 40 milhões de dólares com a importação de urânio, por causa da queda da produção de Caetité, querem “misturar” o minério caetiteense, de alto teor, com a Torta II (urânio de baixa qualidade), e, assim, colocar o produto no mercado externo, diminuindo o prejuízo?
Por que este material está vindo para Caetité?
Será Caetité um dos três municípios brasileiros que, segundo a CNEN, já se dispuseram a receber lixo atômico do Programa Nuclear Brasileiro, em troca de royalties e outras compensações financeiras, mistério mantido a sete chaves, pela CNEN, que não informa quais são esses municípios?
Quais riscos esta carga trará para o Município e os moradores da região?
Por se tratar de uma empresa federal, este material pode ser trazido sem que a comunidade seja previamente informada?
Autoridades rodoviárias dos estados, municípios e da União autorizaram o transporte, como define a Lei, e tomaram as providencias cabidas?
E a Prefeitura Municipal e o Estado da Bahia autorizaram a importação deste lixo?
Os órgãos fiscalizadores federais, estaduais e municipais não devem explicações à população de Caetité?
Porque o IBAMA ainda não divulgou o relatório da inspeção feita na Unidade de Concentração de Urânio, realizada em 4 e 5 de abril passado? O que será que viram os inspetores? Ou nada viram?
Tendo em vista a falta de transparência que caracteriza o setor nuclear, e considerando que o vazamento desta noticia levou grande intranqüilidade aos trabalhadores da INB e às populações da região, estamos solicitando a Vs. Sas., respostas urgentes a estas perguntas, que atormentam a comunidade, bem como pedimos esclarecimentos à Comissão Nacional de Energia Nuclear, à INB, ao Sindicato dos Mineradores de Brumado, ao Prefeito Municipal e Câmara de Vereadores de Caetité, ao Ibama e Superintendência desse órgão na Bahia e à Policia Federal, aos quais estamos enviando cópia desta mensagem.
Atenciosamente,
Adélia Alves de Brito Nunes
Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité
Zoraide Vilasboas
Associação Movimento Paulo Jackson- Ética, Justiça, Cidadania
Textos de Diacisio Ribeiro Leite, CPT Sul/Sudoeste-BA e Zoraide Vilasboas, Associação Movimento Paulo Jackson- Ética, Justiça, Cidadania, editados por Henrique Cortez, do Portal EcoDebate


quinta-feira, 12 de maio de 2011

Carapicuíba joga entulho até em área ambiental.

12 de maio de 2011 | 10h 21
AE - Agência Estado
Sem área licenciada para fazer o descarte de entulho e lixo, a prefeitura de Carapicuíba, na Grande São Paulo, deposita resíduos sólidos de forma irregular em mais de dez terrenos espalhados pela cidade, entre eles áreas de preservação ambiental e uma aldeia tombada como patrimônio histórico. Dono de uma empresa de caçambas, o secretário de Meio Ambiente do município, Walter Iseri, foi multado em R$ 41,8 mil pela mesma infração enquanto prestava serviço para a prefeitura em 2010.
Antes disso, em 2009, o próprio município já havia interditado a sede da empresa de Iseri, na Estrada da Gabiroba, no bairro de Jardim Gopiúva, a 1,5 km da sede da prefeitura. Apesar de licenciada como Área de Transferência e Transbordo (ATT), que deveria separar os resíduos para reciclagem, o local estava operando fora das normas e não fazia triagem do material reutilizável.
A prática de descarte ilegal é corriqueira na cidade - de 2005 a 2007, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) aplicou sete multas e sete advertências à prefeitura por "disposição inadequada de resíduos sólidos diretamente no solo". A última delas foi no dia 14 de abril, no valor de R$ 5,2 mil, por "disposição irregular de resíduos diretamente no solo no entorno da Lagoa de Carapicuíba". No final do mês passado, o jornal O Estado de S. Paulo flagrou caminhões da prefeitura despejando uma caçamba de lixo na mesma lagoa.
Defesa
Questionado pela reportagem, o secretário afirmou que o processo de descarte de entulho em Carapicuíba é "informal" e "difícil de contabilizar". "Às vezes é feita uma limpeza na cidade e os resíduos são armazenados em um lugar por algumas horas; depois, são retirados. É uma questão de movimentação, o entulho não fica ali em definitivo", diz Iseri.
Sobre o fato de sua empresa, a Marushin Construções e Comércio, já ter sido interditada e multada por descarte irregular de resíduos sólidos a serviço da prefeitura, o secretário afirmou que sua empresa é "independente" e só lembra de ter prestado serviços para o município "há muitos anos". "Atualmente, fazemos nosso descarte em Itapevi, em um aterro regularizado", disse, sobre o aterro sanitário na cidade vizinha, operado por uma empresa privada, a Estre Ambiental. Procurada pela reportagem, a Estre afirmou receber os resíduos de cinco cidades: Itapevi, Jandira, Cotia, Vargem Grande Paulista e São Roque. Carapicuíba não consta na lista.
Já a ex-secretária de Meio Ambiente da cidade Olympia de Navasques, que ainda trabalha na secretaria como assessora de Iseri, admitiu as irregularidades. "Não adianta dizer que não. Realmente, em alguns momentos, por falta de local adequado, áreas públicas acabam sendo usadas como transbordo. Fazemos porque não há outra alternativa. Não é uma coisa que a gente queira." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pesticida endosulfan será proibido por seus graves efeitos à saúde!

Produto é usado em plantações de algodão, café, maçã, tabaco, tomate, batata, entre outros
Um pesticida amplamente utilizado na agricultura, o endosulfan, será retirado do mercado em 2012 por seus graves efeitos à saúde dos trabalhadores do setor e às comunidades rurais próximas às terras onde este produto é utilizado, informou nesta terça-feira o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Reportagem da EFE.
A medida foi adotada por representantes de 127 países reunidos em Genebra, que concordaram em incorporar o endosulfan a uma lista que por enquanto inclui 21 poluentes orgânicos persistentes que estão proibidos.
A partir desta decisão e no prazo de um ano, esse pesticida terá que ficar de fora de circulação, depois que vários estudos demonstraram sua extrema toxicidade por contato com a pele ou inalação.
Apesar de ser altamente perigoso para o ser humano, o uso do endosulfan está generalizado na agricultura em cultivos como algodão, café, chá, tabaco, tomate, cebola, batata, maçã e manga, entre outros produtos.
O especialista da Secretaria da Convenção de Estocolmo (relativa aos poluentes orgânicos persistentes) David Ogden disse à Agência Efe que os países onde mais se utilizou este pesticida são Brasil, Argentina, Austrália, China, Índia, México, Paquistão e Estados Unidos. No entanto, Brasil, EUA e Argentina o proibiram recentemente.
Ogden destacou que a produção de endosulfan é de 18 mil a 20 mil toneladas anuais, que provêm principalmente de Brasil, China, Índia, Israel e Coreia do Sul. Ainda de acordo com ele, sua utilização é extensa “devido ao fato de ser um pesticida efetivo e barato”.
Caso os trabalhadores que manipulam o pesticida não estejam adequadamente protegidos com roupa e equipes especiais, como ocorre frequentemente em países em desenvolvimento, podem ser expostos a um envenenamento agudo, segundo Ogden.
Reportagem da EFE, no estadao.com.br
EcoDebate, 04/05/2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

Itaquaquecetuba decreta emergência após rompimento de aterro sanitário!



A Prefeitura de Itaquaquecetuba informou que foi decretada situação de emergência na cidade por causa do rompimento da estrutura do aterro sanitário da Pajoan, em dia 25 de abril. O estado foi anunciado como uma ferramenta institucional que poderá endossar a defesa da administração municipal em caso de um futuro processo judicial.  

A assessoria de imprensa da prefeitura informou que a decretação da situação de emergência não será usada como forma de requerer verba do governo estadual para recuperar as áreas atingidas pelo rompimento do aterro sanitário. A medida servirá mais como uma ação para mostrar que a administração está ciente da situação do município e que já adotou medidas para resolver o problema. 

Desde sexta-feira (29), o lixo na cidade está sendo recolhido e encaminhado para uma área de transbordo, na antiga Cipas (Centro Para Aterro Sanitário dos Municípios), que no fica no mesmo bairro da Pajoan. No final de cada dia, o lixo é retirado por caminhões maiores da empresa e levado ao aterro sanitário de Guarulhos, na Grande São Paulo. 

Segundo a prefeitura, apenas uma multa de R$ 17 mil foi cobrada da Pajoan, no dia da explosão do aterro, por conta dos danos ambientais. 

Nenhuma outra punição foi aplicada, ainda de acordo com a administração municipal, a empresa está cumprindo o contrato de prestação de serviços, que previa coleta e encaminhamento dos dejetos para um local adequado. Não há prazo para que o lixo da cidade volte a ser levado para o antigo aterro. 

O Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que o prazo para que a Pajoan retirasse lixo e chorume de uma estrada próxima ao aterro terminou nesta segunda-feira (3). O advogado da empresa, Horário Pedro Peralta, disse que estava em uma audiência e não poderia conversar com a reportagem do R7.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Após explosão, aterro da Grande SP apresenta plano de emergência .


Após uma reunião ontem (27) com o Ministério Público Estadual e a Cetesb (Companhia Ambiental de SP), o aterro Pajoan apresentou uma proposta de plano mergencial de segurança.
O lixão de Itaquaquecetuba (Grande São Paulo) foi interditado depois do desmoronamento de cerca de 450 mil toneladas de resíduos e de terra, que geraram até uma explosão, sobre a estrada do Ribeiro na segunda-feira (25).
Segundo o advogado da empresa, Horário Peralta, o plano prevê melhorar e agilizar os trabalhos no local do acidente.
"A Pajoan abrirá uma passagem para pedestres na estrada do Ribeiro [que liga os bairros Cidade Nova Louzada e Jardim Lucinda], irá isolar os locais onde são realizadas as escavações e implantará um sistema para evitar que o odor chegue às casas dos moradores", afirmou Peralta.
O plano emergencial prevê ainda um sistema de pânico que emitirá alertas sonoros sempre que alguma anomalia for detectada no aterro.

fonte: Folha de São Paulo - Rafael Marchiori