sexta-feira, 18 de março de 2011

Angola: envenenamento mata centenas de crianças!




09 de Março, 2011
- Jornal de Angola

Em algumas zonas há poluição elevada
Fotografia: Afp
O envenenamento por chumbo provocado pela exploração ilegal de ouro matou, desde Novembro, mais de 400 crianças no norte da Nigéria, anunciaram, na segunda-feira, as autoridades daquele país.
Os novos dados sugerem que o número de vítimas fatais por causa desse problema no Estado de Zamfara (norte) está acrescer, depois de a ONU ter alertado que a contaminação por chumbo na região já havia causado a morte de, pelo menos, 400 crianças entre Março e Outubro do ano passado.
A atracção pela extracção ilegal de ouro é tal que agricultores pobres chegam a escavar a rocha com as próprias mãos, mas o minério retirado à volta das suas aldeias contém elevadas concentrações de chumbo, contaminando o ar, o solo e a água.
O excesso de chumbo causa danos irreparáveis aos sistemas nervoso e reprodutivo e nos rins. É especialmente nocivo em crianças pequenas e mulheres grávidas e lactantes, que passam o metal para os fetos ou bebés.“O organismo imaturo das crianças expostas a solos e ferramentas contaminados tende a absorver rapidamente o chumbo associado e nesse processo envenenam-nas, causando-lhes paralisia e até a morte”, disse Muhammad Sani-Sidi, director-geral da Agência Nacional de Gestão de Emergências, em nota divulgada na segunda-feira.Um relatório da ONU, feito este ano, com base numa missão conjunta de avaliação, indica que, em algumas aldeias de Zamfara, foram encontrados no solo níveis elevados de poluição por chumbo e que os de mercúrio no ar estavam quase 500 vezes acima do limite aceitável.
O relatório acrescenta que muitas crianças, com menos de 5 anos, e vários adultos apresentaram exames com “níveis extremamente altos de chumbo no sangue”.
Uma amostra de água potável, refere o documento, tinha uma presença de chumbo cerca de dez vezes superior ao limite recomendado pela ONU.




terça-feira, 15 de março de 2011

MP aponta solo contaminado.


Vistoria no aterro sanitário de Rio Preto, às margens da rodovia BR-153, apontou contaminação do solo e do lençol freático na área utilizada como lixão por mais de 20 anos.
A área atingida fica ao lado do aterro onde funcionava o lixão. Para o promotor, houve despejo irregular de lixo no local
 A perícia foi feita nesta terça (30) de manhã pelo promotor Sérgio Clementino, que abriu inquérito para apurar as condições do solo e uso do aterro além de sua de “vida útil”. A vistoria  foi acompanhada pelo secretário de Meio Ambiente, Lima Bueno, técnicos da Cetesb, e da Constroeste, empresa responsável pela coleta de lixo e pela manutenção do aterro, que está desativado. O  lixo coletado atualmente é despejado em aterro que pertence à empresa, em  Onda Verde.
De acordo com Clementino, o lençol freático está contaminado por “metais pesados”.
“O lixo foi enterrado em lugar que não poderia. Há uma grande área, de 600 metros de extensão por 50 metros de largura  contaminada” afirmou ele. Clementino disse que a situação preocupa porque a área contaminada é próxima ao córrego das Antas, que  não foi atingido, segundo o MP.
 Clementino disse que a manutenção do aterro está melhor agora do que na vistoria feita há cerca de dois anos. Na época, a coleta de lixo e a responsabilidade pelo local era da Leão Leão.
O prefeito Valdomiro Lopes (PSB) rompeu o contrato com a Leão em agosto de 2009.
“A manutenção está melhor. Nosso foco, agora, é a área de contaminação”, disse o promotor, que  espera análise da Cetesb sobre o plano de encerramento do aterro.  O MP deve acionar a prefeitura para a reparação do dano ambiental ou até mesmo pedir indenização. “Vou aguardar para definir o que fazer”, disse.  Eventuais penalidades podem atingir empresas que já fizeram a coleta de lixo, mas o MP não precisou quais seriam, uma vez que o lixão foi utilizado por décadas.
A assessoria da Constroeste, responsável pelo serviço de limpeza urbana em Rio Preto,  afirmou nesta terça (30) que realiza a manutenção do aterro e que “nunca” depositou lixo onde ficava o lixão.

Para a Constroeste, “não seria surpresa a presença de elementos com eventuais parâmetros de análise superiores aos recomendados” na área do antigo lixão, ao lado do aterro sanitário. Na mesma área, a prefeitura ainda tinha um depósito de pneus antigos.

2007 é o ano em que o aterro sanitário às margens da BR-153 foi desativado.  O MP apura se o local deveria ter sido encerrado em 2003.

Publicado em 2011 Agência Bom Dia

segunda-feira, 14 de março de 2011

Fantasmas de Tchernobil



Agências fazem tours pela zona de exclusão da usina que explodiu em 1986, onde hoje há as ruínas de uma cidade , pássaros, mamíferos e muito mato 

AIURI REBELLO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A explosão na usina nuclear japonesa de Fukushima faz o mundo reviver medos de um acidente nuclear de grandes proporções.
Quase 25 anos depois, a Ucrânia ainda convive com as consequências do pior desastre nuclear da história: a explosão do reator número 4 da usina nuclear de Tchernobil, em 26 de abril de 1986. A reportagem visitou o local em junho de 2010.
Grandes áreas de países vizinhos, como Belarus (antiga Bielorrússia), foram afetadas, e a nuvem radioativa se espalhou por toda a Europa. O acidente resultou em um bolsão radioativo em um raio de cerca de 30 km ao redor do epicentro da explosão.
A zona de exclusão formada pela radiação existe até hoje, controlada pelo Exército. O local ficou fechado até 2002, quando agências de turismo passaram a organizar tours com a autorização do governo ucraniano e a supervisão do Exército.
Os visitantes desembolsam cerca de US$ 150 para visitar o local. Na agência Solo East Travel (www.tour kiev.com), o valor dá direito a transporte de van do centro de Kiev até a zona de exclusão, almoço com comida regional e um guia que fala inglês. Brasileiros precisam de visto para entrar no país.
A Ucrânia e as agências de turismo não se responsabilizam pela saúde de quem resolve entrar na área.
Ali, além dos visitantes de um dia, só são permitidos soldados, cientistas e pessoas que trabalham na conservação dos outros reatores da usina ainda repletos de combustível nuclear e do sarcófago de concreto e chumbo, construído ao redor dos escombros do reator 4.
Uma nova catacumba, financiada pela União Europeia, deve começar a ser construída até 2012 a um custo superior a 1 bilhão.
Vilarejos rurais, em áreas de menor radioatividade, vêm sendo reocupados por antigos moradores.
Segundo relatório da AIEA, a agência de energia atômica da ONU, ao menos 47 pessoas morreram devido à exposição à radiação e ao menos 4.000 pessoas tiveram ou terão algum tipo de câncer causado pela tragédia -são números conservadores: pesquisas paralelas estimam milhares de mortes.
De Kiev, são 100 km até a fronteira do bolsão radioativo, a nordeste da capital. As cidades de Tchernobil e Pripyat -onde vivia a maioria dos trabalhadores do complexo atômico- foram completamente evacuadas.
Mais de 100 mil pessoas tiveram de abandonar a região para nunca mais voltar.
Os 45 mil habitantes de Pripyat só foram tirados da cidade, a poucos quilômetros da usina nuclear, mais de 30 horas depois do acidente. O governo soviético escondeu o desastre por dias.
Ao contrário do esperado, o verde floresce por todos os lados. É comum avistar pássaros e mamíferos. Apenas as ruínas da cidade-fantasma de Pripyat e a ausência de pessoas lembram que o lugar foi condenado.
Ali dentro, há tanto bolsões de altíssima radioatividade como grandes áreas onde os níveis de contaminação são próximos dos normais.
No geral, afirmam as agências de turismo, a radiação ionizante recebida ao longo de um dia dentro da área de exclusão é a mesma de um voo entre EUA e Europa.