sábado, 18 de setembro de 2010

O que são alguns dias perto dos 10 anos que já se passaram?


De repente, para você, para a Prefeitura de Mauá e para mim não signifique muito tempo, em comparação a década de espera, mas para as 300 famílias moradoras do condomínio Barão de Mauá, significa o aumento do calvário.
O julgamento desse caso que aconteceria o no dia 16/09 no Tribunal de Justiça de SP foi adiado para dia 30 desse mês, a pedido do Prefeito de Mauá Oswaldo Dias. Os moradores que já haviam se organizado em caravanas para a vinda no Tribunal, ao saberem do adiamento seguiram para conversar com o prefeito, mas pasmem, não foram recebidos, mas sim barrados na porta do Paço Municipal de Mauá por agentes da Guarda Municipal.

  É de extrema importância lembrar que os réus de caso são: Cofap, Paulicoop, Cooperativa Nosso Teto, Soma, além da própria Prefeitura de Mauá, já que deu o aval para a construção do condomínio num terreno que sabiam estar contaminado. Assim fica mais fácil o entendimento desse adiamento, não acha? Bons representantes esses! Preocupados com o bem-estar dos seus moradores! Como dizia Renato Russo: “Que país é esse?”.

Para José Luiz Corazza Moura, advogado que representa 300 famílias, o adiamento não prejudica o processo, só aumenta o trauma. "Causou a princípio uma desilusão muito grande, o que prolonga o sofrimento".
O desembargador Lineu Peinado concedeu 15 dias para que os advogados da prefeitura se interem do processo. E a deputada Vanessa Damo, pres da Frente Parlamentar em Prol dos Moradores do Barão de Mauá,  inconformada com o descaso disse: "Esta é uma prática comum do prefeito”.
A prefeitura não quis se manifestar sobre o assunto nos jornais locais. Alguém sabe o motivo? Risos....

Que tal um "feedback" destes 10 anos de puro desrespeito aos moradores?

O condomínio Barão de Mauá tem 54 prédios e ocupa uma área de 160 mil m² em um terreno que foi o depósito de lixo industrial da Cofap.
  Essa situação só foi conhecida após haver uma explosão por excesso de gás no ano de 2000, provocando a morte de um técnico. 
 O laudo da CETESB constatou a presença de 43 gases tóxicos, sendo 10 cancerígenos, como compostos orgânicos e inorgânicos, alguns deles voláteis, entre eles o benzeno, clorobenzeno, trimetilbelzeno e decano. Como não havia controle da área pelos proprietários, outras substâncias tóxicas, de origem desconhecida, foram ali sendo depositadas inadequadamente.

Nem todos os edifícios foram construídos sobre os resíduos, segundo eles.
A partir dessa explosão os moradores do condomínio entraram na justiça pela indenização, mais do que justa. Eles estão na luta por ela há 10 anos e na foi dessa vez que conseguiram resolver. Os resultados concedidos pela Lei  em primeira instância foram: o ganho de causa aos moradores, determinando a demolição dos 55 prédios habitados, o tratamento do solo, e condenou os réus ao pagamento de indenizações por danos materiais e morais. Segundo o advogado essas indenizações devem variar entre R$ 500 mil e R$ 1,7 milhão, para cada um dos moradores.  
          Mas, como podemos ver,isso não saiu do papel! Mostrando a vergonha e a safadeza que existe no poder!!!



Informações da CETESB (Set/2001)

* Para a produção da matéria foram pesquisadas diversas fontes: Jornal Diário do Grande ABC,Jornal ABC Repórter, CETESB.

Érica Sena, 17/09/2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Julgamento do Caso Barão de Mauá fica para dia 30


Moradores revoltados fizeram protesto na porta do Tribunal de Justiça


Aguarde nosso post sobre esse assunto!!!!

TJ decide hoje caso de condomínio em Mauá

 Prédios com 1.762 famílias estão em área contaminada; processo já dura dez anos

Será decidido hoje, dia 17 de setembro pelo Tribunal de Justiça de São Paulo o destino das 1.762 famílias que moram no Condomínio Residencial Barão de Mauá, em Mauá, na Região Metropolitana.

O conjunto foi construído sobre um depósito de resíduos industriais, fato revelado há dez anos, após uma explosão causada por gases inflamáveis matar um homem. Se mantida a decisão da 1.ª instância, a indenização aos moradores poderá chegar a cerca de R$ 2 bilhões.
A ação civil pública que será julgada foi proposta pelo Ministério Público Estadual em 2001, após um laudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) apontar a existência de 44 gases tóxicos no local.
Em 2006, a juíza Maria Lucinda Costa, da 3.ª Vara Civil de Mauá, declarou como culpadas a fábrica Cofap - que utilizou a área por décadas como depósito de lixo industrial -, as construtoras Soma e SQG e a prefeitura de Mauá que, para a juíza, não deveria ter autorizado a obra.
Entre danos materiais e morais, a sentença definiu que cada família deveria ser indenizada em até quatro vezes o que pagou pelo apartamento - valor que varia entre cerca de R$ 500 mil e R$ 1,7 milhão. Além disso, a juiza determinou a total evacuação do condomínio, a demolição de todos os prédios e a recuperação do solo. As rés recorreram da decisão, e o julgamento em 2.ª instância acontece hoje. Ainda caberá recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Divisão. Enquanto a sentença judicial definitiva não sai, os cerca de 7 mil moradores das 55 torres do Barão de Mauá vivem apreensivos e divididos. De um lado, há os que temem pela saúde dos familiares, querem se mudar o mais rápido possível e só dependem do dinheiro da indenização para tanto. De outro, há quem duvide que o local é tão perigoso assim, acha que há "terrorismo" demais no caso e prefere continuar lá a ser obrigado a deixar o condomínio.
O aposentado Joaquim Gabriel, de 52 anos, está no primeiro grupo. Ele comprou seu apartamento ainda na planta, em 1995, e mora lá desde 1999. "Já cansei de ouvir casos de infecção de pele, de urina, de câncer", diz. Ele conta que sua família mesmo já teve vários problemas de saúde relacionados aos gases tóxicos, como meningite e bactérias estomacais de difícil detecção.

Por isso, ele já nem usa mais a água da torneira - três vezes por semana, vai a um poço artesiano em Santo André e enche quatro galões de água para uso na cozinha. "Os médicos me recomendaram parar de beber essa água e me mudar o mais rápido possível, mas não tenho condições financeiras", diz.

Desvalorização. O advogado Alcebíades Baesa Júnior, de 43 anos, tem opinião bem diferente. "Acho que tem muito terrorismo nessa história", afirma. Ele é síndico de um dos blocos e acha que a evacuação deveria contemplar apenas os prédios construídos sobre área contaminada. "Sou de Mauá e brinquei neste terreno onde moro hoje quando criança. Posso afirmar que isso nunca foi um lixão."

Como embasamento técnico, ele utiliza o laudo da Cetesb de 2001, que estimou que apenas 33 mil dos 160 mil metros quadrados do terreno estejam contaminados. "Agora, com essa história toda, os apartamentos se desvalorizam e todo mundo acha que somos cheios de úlceras, mas não é bem assim."
No julgamento de hoje, no entanto, é o primeiro grupo que promete aparecer em peso - a expectativa é de mais de cem moradores.
"Estamos todos muito ansiosos com o resultado", diz Cláudia Rosimeire Augusta, de 45 anos, síndica de outro bloco.

    FRENTE A FRENTE
Joaquim Gabriel Aposentado
"Já adoeceu muita gente aqui, e as doenças são relacionadas com o gás do lixão. Todo mundo sabe"
Alcebíades Baesa Júnior
Advogado e síndico
"A juiza errou na sentença ao colocar todo mundo no mesmo bloco. Esse cheiro ruim não é de gás saindo do solo - são as chaminés das fundições. Mauá é uma cidade industrial"
Conceição Torini
Dona de casa
"Adoro morar aqui. É sossegado e perto do trabalho do meu marido. Nunca tivemos problema de saúde."
Cláudia Rosimeire Augusta
Síndica
"Minha filha de 18 anos tem uma alergia de pele que não cura nem com decreto. E muitas evidências nos leva a crer que essas doenças estejam relacionadas ao aterro"

Fonte: Estado de SP

A falta que Neto fez na Copa.


Comentarista esportivo, Neto foi jogador polêmico. Filho de Santo Antonio de Posse, interior paulista. Vestiu a camisa do Guarani de Campinas. Sucesso maior fez com a camisa do Time do Parque São Jorge. Passou pelo time do Morumbi e desceu a Serra do mar para jogar em Santos. Sincero, Neto nunca deixou de expressar o que pensava. Amante de pastéis, Neto revelou-se homem do povo. Batia na bola como ninguém. Seu comportamento não foi tolerado pelo Império da CBF. Dizia-se que Neto estava gordo.

 Na ocasião quem ditava os rumos do futebol brasileiro em campo era o técnico Sebastião Lazzaroni, garoto propaganda da Fiat durante a Copa do Mundo da Itália, em 1990. Fracasso no país da bota, a resignação no Brasil era tanta com a ausência do craque Neto, que levou Tom Zé a gravar o disco “A falta que Neto fez na Copa”.   

Santo Antônio de Posse orgulha-se de Neto, jogador como poucos e dono de uma lábia afinada, típica do interior paulista. Cativante com a bola e com as palavras. Especula-se sua ida para a Globo em 2011.

O que Santo Antônio da Posse tem de orgulho de Neto, tem de vergonha do Aterro Mantovani. Conhecido como o pior caso de contaminação ambiental do País, o aterro conta com o aporte de R$ 13 milhões para descontaminação empenhados pela Petrobrás. São nada mais que 326 mil toneladas de resíduos tóxicos. A Petrobrás entrou na conta por contratar “pool” de empresas na década de 80, que descartaram seus papagaios no Mantovani.

A lógica do acerto era de fazer inveja a Bezerra da Silva, as empresas tratavam resíduos da Petrobrás e os deixavam dormir no Mantovani. Milhar e Centena na cabeça! Retira-se o prêmio em até três dias!

Em agosto de 2010, a empresa fez acordo com o Ministério Público dentro da Ação Civil Pública na Comarca de Jaguariúna, com um Termo de Compromisso para recuperação do aterro. Nas profundezas do inferno, chamado aterro, pode-se beber de tudo: metais pesados, organoclorados, 1,2 dicloretano, em limites absurdamente acima dos recomendados pela Organização Mundial de Saúde.

Há quem chame o lixão, de Aterro Lazzaroni, tamanho desastre para os que acompanham o caso há anos; tamanha a revolta pela ausência de Neto nos campos da Itália. O Aterro Mantovani não vai fazer a falta que Neto fez na Copa. Diz o ditado popular que “quem dorme, não vê Deus passar”. Já passou da hora para descontaminar o Mantovani. Acorda Petrobrás!
Edson Domingues

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cidade Compacta



       Secretário Eduardo Jorge e o Pref. Gilberto Kassab

O Seminário Internacional São Paulo - Cidade Compacta, realizado nesta quarta-feira (15/9), teve como objetivo discutir o desenvolvimento urbano sustentável da cidade de São Paulo baseado na experiência da cidade alemã de Stuttgart.

A Prefeitura de São Paulo realizou nesta quarta-feira (15/9) o Seminário Internacional São Paulo - Cidade Compacta. O objetivo do encontro foi debater o desenvolvimento urbano sustentável de São Paulo, com base na experiência da cidade alemã de Stuttgart. Ela representa a União Européia na coordenação do projeto Urbal III Integration - Integrated Urban Development, que realiza um trabalho de intercâmbio na área com diversas localidades da América Latina.

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente está trazendo para São Paulo o conceito da cidade compacta. É um programa de reurbanização, de eficiência energética e de cultura de paz. Visa a recuperar, de forma racional e pluriclassista, o centro e o centro expandido de São Paulo, que passa por esvaziamento populacional, e evitar o espalhamento da Cidade, sobretudo em áreas de mananciais e de proteção ambiental, que foram alvo de ocupações nas últimas décadas.

Nesta semana, autoridades de todas as cidades participantes, incluídas as de Stuttgart, estão no Brasil para conhecer os projetos piloto das cidades brasileiras. O ponto crucial da visita foi o seminário, que apresentou e discutiu experiências e iniciativas de renovação urbana e desenvolvimento interno em andamento no município de São Paulo diante da experiência alemã.

Presente à solenidade de abertura do seminário, o prefeito de São Paulo ressaltou a importância da troca de informações entre as cidades. "Essa é uma oportunidade extraordinária, pois a sustentabilidade é cada vez mais o principal lastro de todas as ações do poder público nas grandes metrópoles. E isso não é diferente em São Paulo. A Capital possui 11 milhões de habitantes e é uma cidade que precisa se renovar. São Paulo precisa ter qualidade de vida, o que significa combater a poluição e criar mais parques", exemplificou o prefeito.

Durante o evento, foram citados os casos das operações urbanas Lapa/Brás, Mooca/Vila Carioca e Rio Verde/Jacu, projetos que visam à reutilização e revitalização de áreas degradadas e subutilizadas, como ao longo de linhas férreas, por exemplo. Projetos semelhantes já estão em andamento em Stuttgart, conforme explicou o secretário-adjunto de Desenvolvimento Urbano.

"Stuttgart realiza um projeto utilizando áreas atravessadas por trilhos, exatamente como pretendemos fazer em nossas três operações urbanas. Na cidade alemã, havia uma linha de trem que parava no centro da cidade, parecido com o que temos aqui, com a Estação da Luz. Eles estão enterrando os trilhos e liberando a área do terreno. Mas, para isso, eles estão fazendo um importantíssimo trabalho de descontaminação", explicou o secretário-adjunto.

O secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente explicou como São Paulo vai ser foco de atenção em torno do tema Cidade Compacta e Meio Ambiente. Já o secretário de Habitação discorreu sobre a recuperação de edificações abandonadas no centro de São Paulo para uso em programas habitacionais.

Também marcaram presença no seminário o secretário-adjunto de Meio Ambiente de Stuttgart, Werder Flad, o coordenador-geral do projeto Integration, Herman Kirchholtes, e a diretora regional do ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade, Laura Valente de Macedo.

Lição de Casa



Em 1979, São Bernardo do Campo entra definitivamente para a história recente do Brasil. O filho de Dona Lindu tinha sobre a cabeça helicópteros, baionetas e um Regime. Ao seu lado, 140 mil operários de braços cruzados. O resultado é conhecido. O bom filho sempre a casa retorna. O ótimo filho cuida bem de uma nação. O mais nobre filho de São Bernardo é o “Cara”! Faz e acontece. Decide os rumos de um país, não mais com 140 mil operários, mas com quase a totalidade dos 200 milhões de brasileiros. São Bernardo dá bons frutos!

Se o lastro político do operariado do ABC mudou a cara do Brasil. O lastro deixado pelo patronato foi alarmante em SBC. O lastro tem nome, ora é persistente, ora volátil. Tem endereço fixo e não tem prazo para deixar a cidade.

A Lista de Áreas Contaminadas da CETESB para o município é extensa. São 88 áreas atoladas num mar de contaminantes. Se o operariado inovou na categoria política no ABC, o proteinado empresarial inovou na contaminação. Por lá deixaram: Biocidas, Fenóis e POPs. Mais riscos de neoplasias, interrupção do sistema hormonal, endometriose e disfunção do aprendizado. Riscos para todos os lados.

A Lista da CETESB é modesta, assim como no Reinado da Vila Leopoldina, ‘otras cositas más ‘estão espalhadas por lá. Na Avenida Nicola Demarchi, suspeita-se que muita coisa foi jogada para debaixo do tapete. As áreas pertencentes à Tegma Gestão de Logística Ltda e Sada Transportes e Armazenagens Ltda podem engrossar a herança maldita. Ambas não constam na Lista oficial.

Se os riscos necessitam de avaliação e de gerenciamento, em razão de eventuais contaminações, disfunções do aprendizado decorrentes destes processos podem ter afetado os contaminadores. Vai à lição de casa: já podem começar a descontaminação!

Edson Domingues, 16/09

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Accountability



Marquesa de Santos e Dona Leopoldina sempre foram rivais, disputavam a condição de musa do Império. A Marquesa, na versão 1.0, deixava seu lado Maria Domitila aflorar cometendo heresias. Fumava com escravas e anabolizava ideais Republicanos. Seu furor uterino era uma fornalha. Já com Dona Leopoldina era diferente. Modelo 2.0 com direção hidráulica, vidro elétrico, porém sem travas na língua. A lista das emoções de Maria Domitila era maior que de Leopoldina.

Hoje os sinais estão invertidos: Leopoldina é a extensão do Vale da Felicidade. O Vale ficou conhecido depois que a Berrini consolidou a extensão da Faria Lima. Hoje Leopoldina é Lead do mercado imobiliário e rivaliza com Moema.

Domitila voltou ao seu lugar de origem. Vila de classe média baixa, restrito saneamento básico, sendo o lugar onde o filho chora e a mãe não ouve.

Mas nem tudo é uma maravilha na mais nova filha do Vale Encantado.
Esgotadas as possibilidades de verticalização do eixo da Rua Carlos Weber, enterradas as obscenidades sobre a City Lapa, Leopoldina migra para o antigo parque fabril.

Na Leopoldina são 19 áreas contaminadas, soma-se a isso a gritaria entorno do Parque Orlando Villas Boas e demais áreas que estão na voz do povo. A voz do povo é a voz de Deus. Nesta contabilidade chega-se a 27.
A especulação faz o impossível. Durante anos  fez-se o trabalho de Sísifo para remover a perpétua cachotaria. O exímio trabalho ficou por conta da mão invisível. Milhar e centena na cabeça!

Seja os 19 ou os 27, passa da hora da contabilidade mostrar o balanço que está no subsolo. Da Leopoldina.


Edson Domingues

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A copa 2014 nem começou, mas a luta está acirrada


Será que nossa querida capital possui um karma no que se diz respeito com a Copa 2014? Ou será mandinga dos outros estados?
Primeiro o Piritubão recebe cartão vermelho e perde a grande jogada, e agora o Fielzão está sujeito a receber um também. O que acontece?
De repente, não seja fácil explicar na visão dos donos da bola, mas na visão analisada através de perfurações e amostras de solo é de uma simplicidade só.  O ser humano, não contente em interferir na água e no ar, tem interferido muito no solo, isso nos mostra o relatório atual das áreas contaminadas do estado de SP (CETESB), que infelizmente não se resume apenas à área da esperada Arena de Pirituba, mas dezenas delas.
Por mais que isso represente um perigo escondido, já que quase ninguém tem acesso ou se interessa por esse assunto, a contaminação está presente por várias substâncias químicas deixadas como lembrança por postos de gasolina, indústrias diversas, entre outros, e sem saber os seres, não só os humanos, absorvem, acumulam e se rendem a todas as conseqüências disso, produzindo inúmeras doenças graves como o câncer ao passar dos anos.
Imagino quantas pessoas já entraram, e entram, sem saber, em contato com todos esses perigos, principalmente a classe operária que trabalha como escravos na construção civil.
Mas nem só de substancias contaminantes e minhocas vivem o solo paulista, as grandes cidades, como a nossa possuem uma super rede de tubos / dutos cheios de gás, petróleo e outros derivado. Eu considero a presença deles tão perigosa, quanto à dos contaminantes, já que são explosivos. 
E para azar de muitas pessoas, não é que alguns deles passam bem debaixo da área destinada à construção da Arena de Itaquera? Parece brincadeira, mas é sério!
Segundo dados da empresa subsidiaria da Petrobrás (TRANSPETRO), os dutos (OSVAT 22 e OC 24) foram instalados há mais de três décadas, e por eles passam o diesel, a gasolina e o óleo combustível. Cabe a TRANPETRO avaliar o impacto da construção do estádio sobre os dutos e dar o veredito final desse drama.
Páreo duro, não é? A pergunta que posso fazer é: será que é melhor morrer aos poucos ao ser contaminado na Arena de Pirituba ou morrer imediatamente durante uma explosão de algum dos dutos, junto com os rojões?
Brincadeiras a parte torço pela vida, mesmo que isso vise a não realização da copa em SP, e assim a não arrecadação de fortuna por muitos.

Érica Sena, 14/09

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Rogai por nós!


Degradação pouca é bobagem. São Paulo produz soluções para tudo, ao mesmo tempo exporta poluição. A qualidade do ar ruim aqui não basta, exportamos poluentes para cidades a 400 km da terra de Anchieta. Nós paulistanos atacamos pelo ar, atacamos pela água também. Pela terra estamos avançando.

Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus é o mais novo front de batalha! As duas cidades ficaram famosas pelo turismo religioso. Formam parte importante do patrimônio paulista com seus respectivos centros históricos. Lá estão às raízes do samba paulista, vasculhado por Claude Lèvi-Strauss, Florestan Fernandes e Mário de Andrade. Ambas foram surradas com a poluição que atinge o Rio Tietê. O fétido odor da carga de efluentes domina o Rio, e escoa degradação para as cidades que resistem bravamente.

Dois aterros e uma ameaça avançam por terra. Santana do Parnaíba tem lá seu aterro nas alturas, “controlado” sem controlador. Pirapora receberá a mesma condenação, garantida já com tratores em operação.
O Tietê das Bandeiras agora é rota de mais degradação. A Silcon Ambiental Ltda prepara sua artilharia. Silcon tem nebuloso histórico em Juquiá, frágil região de Mata atlântica do Vale do Ribeira. Lá sua atividade comercial de incineração de resíduos, foi além do previsto e incinerou-se. Deixou rastro de destruição e passivo a ser saneado.
Pirapora é a bola da vez. O front da poluição avança para o sítio Caracol, km 56 da Estrada dos Romeiros. Em 16 de Julho deste ano, los hermanos da Silcon solicitaram a licença prévia na CETESB, sob o número 32/00726/10, para instalação de sua engenhoca em ambiente que lhe é familiar: mata atlântica.  Meia dúzia de empregos e um milhão de problemas para as umbigadas de Pirapora do Bom Jesus. A “sala dos milagres” da igreja matriz de Pirapora será pequena para o tamanho dos problemas que virão por aí. 

     Edson Domingues