quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cetesb identifica mais 5 áreas contaminadas na Vila Leopoldina

Bairro da zona oeste já soma 17 terrenos poluídos por metais, solventes e outros materiais tóxicos, inclusive parte de um parque municipal 

Problema é comum em bairros antes industriais, como a Barra Funda; Cetesb pesquisa problemas para cobrar a reabilitação

Os registros de terrenos poluídos em bairros industriais da cidade de São Paulo são cada vez mais frequentes, aponta cadastro atualizado da Cetesb, a agência ambiental paulista, sobre áreas contaminadas.
Na Vila Leopoldina (zona oeste), por exemplo, cinco novas áreas com riscos à saúde humana foram identificadas nos arredores da avenida Mofarrej, entre novembro de 2008 e o fim de 2009.
Ao todo, o bairro tem agora 17 áreas "contaminadas", incluindo uma parte do parque Leopoldina-Villas Boas, aberto ao público, onde antes ficava uma usina de lixo.

A Cetesb cobra da prefeitura, responsável pela área, um plano de despoluição.
A contaminação é comum em outras regiões antes industriais da cidade, como Jurubatuba (zona sul), Barra Funda e a Lapa de Baixo (zona oeste).
Em comum, elas também despertam grande interesse do mercado imobiliário, até por possuírem essas áreas livres -onde antes ficavam fábricas- , muitas vezes contaminadas por solventes, combustíveis e metais tóxicos.

A Cetesb mapeia os terrenos problemáticos para cobrar de seus proprietários uma solução. Quem não toma providências não recebe autorização da agência para novas edificações e pode ser multado.

Em alguns casos, a obra é liberada, mas não se permite usar o subsolo para garagem ou utilizar água do lençol freático.
A ingestão da água contaminada pode resultar em intoxicação. Se a terra não for descontaminada, o contato contínuo pode provocar até câncer.

Despoluição
Pelo cadastro mais recente da Cetesb, são 2.905 zonas com níveis de contaminantes acima do permitido em todo o Estado.
A identificação de áreas contaminadas "cresceu 50% em relação à lista de 2008, mas o número de áreas reabilitadas também cresceu", diz Eduardo Serpa, gerente da Cetesb.

A lista da agência paulista mostra que existem 110 zonas despoluídas em São Paulo, "aptas para qualquer tipo de uso", segundo o órgão ambiental.

Outros 829 pontos estão sob monitoramento para a reabilitação, e também podem ser ocupados por outras atividades, como moradias.

A identificação dessas contaminações em grande parte do passado, diz Serpa, é resultado de uma legislação mais exigente, em vigor desde 2000.

"Essas áreas surgem na nossa lista por vários motivos. Investigação, denúncia, autodeclaração ou por obrigação legal", diz o técnico da Cetesb.

Os postos de gasolina são responsáveis pela maior parte das terras poluídas em São Paulo. Por lei, eles são obrigados a fazer uma investigação de contaminação antes de iniciar suas atividades.

"Uma indústria, quando vai encerrar suas atividades, também precisa mostrar um plano de ação contra o problema." EDUARDO GERAQUE

Fonte: Folha de SP,O6/05/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário