Numa época em que não havia
legislação ambiental específica, a liberação de  terrenos contaminados com elementos tóxicos e poluentes - alguns até  voláteis e cancerígenos - era feita de maneira fácil e até  irresponsável, o que permitia construir quase que de imediato no local. 
Não  faltam casos clássicos, que ainda hoje têm grande repercussão na mídia,  como o do condomínio residencial Barão de Mauá, no município de Mauá  (SP) - construído numa área de 160 mil m2, antes ocupado pela fábrica de amortecedores Cofap como um depósito clandestino de resíduos tóxicos da empresa (leia boxe Ecos do passado)  -, e do condomínio residencial Recanto dos Pássaros, em Paulínia,  interior de São Paulo, que tiveram os lençóis freáticos contaminados e  obrigados a proibir os moradores de beberem água dos poços e ingerirem  alimentos de produção doméstica.
Ainda  hoje, após décadas de práticas de desenvolvimento sem qualquer  responsabilidade social ou preocupações com a sustentabilidade do meio  ambiente, restaram muitos terrenos onde foram desenvolvidas atividades  potencialmente poluidoras do solo e das águas subterrâneas. 
Técnico da Cetesb faz retirada de amostras para investigação de águas subterrâneas (à esquerda); amostra de solo encapsulada para análise (à direita)
                               Na mira da lei
 Até  há pouco tempo não havia no País uma legislação específica que tratasse  das responsabilidades pela remediação de áreas contaminadas. Ainda  assim, o tema já era abordado em alguns artigos de leis ambientais  federais e estaduais. A boa notícia é que algumas legislações  específicas começam a ser aprovadas por aqui. No Estado de São Paulo,  por exemplo, a lei 13.577, recentemente aprovada em julho de 2009, é  pautada em diretrizes e procedimentos para proteção da qualidade do solo  e gerenciamento de áreas contaminadas. Já no âmbito federal, uma  Resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que trata das  mesmas diretrizes, foi recentemente aprovada e entra em vigência agora  no primeiro semestre de 2010.
A  partir desse amparo legal e com as demandas urgentes para a preservação  do meio ambiente, o Brasil tratou de se posicionar para resolver  questões como essa. O tema descontaminação de solos passou a ser  encarado de frente não só pelas autoridades ambientais, mas também pelas  companhias especializadas em técnicas de saneamento e por empresas de  consultoria jurídica.
O novo cenário passou a despertar o interesse de  construtoras em adquirir grandes terrenos antes considerados  problemáticos (por terem sido ocupados por algum tipo de empresa  poluente) em regiões de grande valor comercial. 
"Entretanto,  a empresa que adquirir um terreno contaminado e expuser pessoas aos  riscos inerentes, sem adotar o devido procedimento de regularização do  solo, para posteriormente obter a aprovação dos órgãos competentes,  estará sujeita a assumir as consequências decorrentes da ação  irresponsável", alerta o engenheiro Alfredo Rocca, gerente da Divisão de  Resíduos Sólidos e Áreas Contaminadas da Cetesb (Companhia Ambiental do  Estado de São Paulo).
                                      Passado ainda presente
 O  relatório da Cetesb de 2008 (o mais recente) registrou um total de 2.514  áreas contaminadas no Estado. Nesses terrenos, os postos de  combustíveis lideram a lista, com 78% do total, seguido das atividades  industriais (13%), atividades comerciais (5%), instalações para  destinação de resíduos (3%), além dos casos de acidentes e fonte de  contaminação de origem desconhecida (1%).
A  identificação de áreas contaminadas tem sido feita anualmente pela  Cetesb desde o primeiro relatório da Companhia, em 2002, que apontava,  na época, um total de 255 terrenos contaminados. De lá para cá, o número  de áreas registradas e identificadas aumentou consideravelmente (veja gráfico).
Segundo  a Companhia, a origem das áreas contaminadas se deve, em grande parte,  ao desconhecimento, no passado, de procedimentos seguros para o manejo  de substâncias perigosas, bem como ao desrespeito a esses procedimentos  ou a ocorrência de acidentes ou vazamentos durante processos de  produção, transporte ou armazenamento de matérias-primas. 
Entre  os diversos problemas decorrentes de terrenos como esses constam desde  sérios danos à saúde humana até comprometimento da qualidade da água,  restrições ao uso do solo e danos ao meio ambiente, só para citar alguns  exemplos.
Obra de remoção de solo com borras oleosas para posterior coleta de amostras de solo e águas subterrâneas e análise do material contaminado 
Escavação em área de base de combustíveis para remoção de tanques de armazenamento 
                                    Respaldo técnico
 Se  cresce o interesse das construtoras - determinadas em transformar áreas  antes consideradas problemáticas em terrenos mais verdes e  potencialmente mais sustentáveis -, é importante entender como o  processo deve, literalmente, se desenrolar. 
Sempre que um empreendedor  tiver a intenção de adquirir um terreno, deve procurar se informar se  ali foram desenvolvidas atividades poluidoras do solo e das águas  subterrâneas. No caminho percorrido devem constar consultas à prefeitura  local, junta comercial, além de órgãos ambientais. "Caso haja suspeita  de contaminação, a empresa deverá procurar serviços especializados de  avaliação preliminar e investigação. Confirmada a contaminação, a  companhia responsável pelo meio ambiente no Estado [por exemplo, em são  Paulo, a Cetesb], deve ser informada e aí se inicia um processo de  investigação detalhada, diagnóstico e intervenção, com objetivo de  reabilitar a área para um uso seguro", aconselha o engenheiro Rocca.  Essas atividades têm orientação específica, em São Paulo, no site da  Cetesb (www.cetesb.sp.gov.br) e são avaliadas pela Companhia.
Identificada  uma área contaminada, a companhia ambiental exige e avalia os  resultados dos estudos de investigação e diagnóstico, realizados no  terreno por empresas especializadas do mercado. Depois, participa no  processo de decisão sobre as necessidades de intervenção para reabilitar  a área para um uso seguro. Concluída a intervenção, emite uma  declaração garantindo que o terreno foi reabilitado para o uso desejado.
O que  vai determinar o tempo de aprovação, por exemplo, da Cetesb, é a  extensão, a complexidade da contaminação e a qualidade dos trabalhos que  a empresa de consultoria especializada realizou. Já o aval da  Prefeitura normalmente é coordenado com o da Cetesb, ou seja, a  Prefeitura só irá aprovar o empreendimento depois que a Companhia  Ambiental definir quais medidas de intervenção são necessárias para  reabilitar a área.
                     O caminho das pedras
 A  intervenção ou descontaminação de um terreno pode ser iniciada a  qualquer momento, a partir da conclusão do diagnóstico e definição da  intervenção. Vale lembrar que cabe à companhia ambiental avaliar os  trabalhos e propor ajustes, complementações ou eventuais correções nos  processos. 
Uma  empresa especializada em descontaminação e/ou regularização do solo deve  atuar em todas as etapas do gerenciamento ambiental, desde a  identificação do passivo e sua valoração, para só então definir as  medidas de controle, sejam elas de remediação e/ou institucionais (como a  restrição do uso de águas subterrâneas, por exemplo), além do  monitoramento das obras e trabalhadores (com objetivo de protegê-los)  durante a fase de implantação do projeto imobiliário. "Esse tipo de  atuação é muito importante, pois permite que o empreendedor otimize os  gastos, considerando que nem toda a área impactada deve ser remediada,  sendo aplicáveis muitas vezes medidas de gerenciamento (as chamadas  institucionais)", lembra Daniel Cardoso, hidrogeólogo e gerente de  projetos da Hidroplan, empresa especializada em hidrogeologia de  contaminação e em avaliação de risco toxicológico de áreas contaminadas.
Uma  empresa capacitada para a gestão e reabilitação de áreas contaminadas  deve contar com uma equipe multidisciplinar, entre geólogos,  hidrogeólogos, engenheiros civis e químicos, além de químicos e  biólogos. "A atuação é, em geral, abrangente, passa pela avaliação e  investigação das áreas impactadas, acompanhamento do desenvolvimento e a  implantação de projetos de remediação, além de avaliação da eficiência  da tecnologia empregada e fornecimento de suporte ao cliente final,  junto às autoridades competentes", complementa Gustavo Alves da Silva,  gerente de projetos da Hidroplan e também hidrogeólogo.
                        Bom negócio X problema
 Colocar  na balança as vantagens e desvantagens de se negociar uma área poluída  ou contaminada é uma questão a ser avaliada individualmente, caso a  caso. Como ponto de partida, pressupõe-se que seja um terreno  "problemático" inclusive sob o aspecto financeiro e de aprovação dos  órgãos governamentais e ambientais. Somam-se aí os custos a serem  destinados aos processos de remediação, "que muitas vezes podem ser  superiores a milhões de reais", observa o hidrogeólogo Gustavo Alves.
Mesmo  sendo os danos de responsabilidade da empresa poluente - desde que a  mesma seja proprietária do terreno -, os custos do passivo ambiental  passam a ser de responsabilidade do novo proprietário, resguardadas as  definições previstas no contrato de compra e venda do local.
Um  terreno contaminado pode, sob o ponto de vista do investimento, na  grande maioria das vezes, representar um grande negócio para o comprador  e não um problema. O termômetro da balança que vai determinar isso  aponta para como o processo de gerenciamento de áreas contaminadas e  revitalização será conduzido. "O desenvolvimento adequado e sistemático  das etapas de diagnóstico e avaliação de risco à saúde humana podem  determinar, em alguns casos, a ausência da necessidade de remediação  para um determinado uso pretendido. Estratégias de intervenção focadas  em estabelecer restrições e intervenções de engenharia são amplamente  utilizadas hoje em dia e amparadas legalmente", pondera Alexandre  Maximiano - coordenador técnico da Aesas (Associação Brasileira das  Empresas de Consultoria e Engenharia Ambiental) e diretor-executivo da  Tecnohidro Projetos Ambientais. 
"Muitas  vezes também a aquisição de um terreno contaminado é negociada por um  valor menor. Se a construtora estiver respaldada por esse bom  gerenciamento das atividades ambientais, é possível rentabilizar o  projeto sem comprometer a integridade física dos trabalhadores e futuros  moradores", concorda o gerente de projetos Daniel Cardoso, da  Hidroplan.
                    Caso bem-sucedido
 Um terreno de 23 mil m2,  localizado na Marginal Pinheiros e adquirido pela WTorre  Empreendimentos em 2007, para a construção de torres comerciais,  abrigava uma indústria metalúrgica. No momento da aquisição as  atividades foram descomissionadas - que é a desativação formal, junto à  Cetesb. Para isso, houve a necessidade de se apresentar um relatório de  avaliação ambiental, comprovando que a atividade exercida não teria  provocado nenhum tipo de risco ao meio ambiente. Essa avaliação  ambiental, que é realizada em fases, iniciou-se ainda em 2006, antes da  aquisição. Os relatórios dessas fases foram encaminhados à Cetesb para  análise e parecer técnico durante os anos de 2007 e 2008. A avaliação  apontou contaminação do solo basicamente por PCB, que são derivados de  petróleo.
Após a  etapa de avaliação, foi contratada uma empresa especializada em  regularização, para gerenciar as demais empresas envolvidas no processo.  Entre as técnicas aplicadas, o trabalho pautou a remoção do solo  contaminado, que foi acondicionado em tambores devidamente identificados  e encaminhados a uma usina de incineração na Bahia. Foram realizados os  trabalhos de escavação do solo, transporte e a incineração. "No local  da escavação, foram realizados testes geoquímicos para assegurar que  todo material tinha sido retirado. Ainda durante esses trabalhos, uma  estação de tratamento de água foi instalada no local para tratar as  águas de chuvas e de limpeza dos equipamentos que entraram em contato  com o material contaminado. Concluídas as análises, iniciou-se o  reaterro da área e em seguida a desmobilização da equipe de campo",  explica Fernando Freitas, gerente de aprovações da WTorre.
Nesse  caso, o que fez toda a diferença foi a rápida identificação da  contaminação, para que, a partir daí, se pudesse executar a remediação  proposta, concluindo o processo de descomissionamento. "Esses custos são  claramente da empresa poluente, o próprio rito processual para o  descomissionamento exige providências do poluidor", conta Freitas.  "Nesse processo, acompanhamos os trabalhos passo a passo, com olhar de  proprietário, porém a responsabilidade não era da WTorre. Ainda estamos  trabalhando no desenvolvimento do produto que será lançado. As obras  certamente irão aguardar as aprovações do município", conclui.
Filtros de carvão ativado para tratamento de vapores saturados por compostos orgânicos voláteis, antes de serem devolvidos para a atmosfera 
Tanque pulmão e filtros de carvão integrantes de um sistema de extração multifásica (MPE) 
Conheça os métodos mais utilizados de remediação de solos
Bombeamento e tratamento
É das mais antigas e utilizadas técnicas de remediação físicas do mundo. Baseia-se na remoção de águas subterrâneas, por meio da utilização de bombas submersas ou emersas, que promovem a remoção dos contaminantes. A água bombeada é tratada por meio de filtros de carvão ativado ou colunas de stripper (um processo que transfere a massa dos contaminantes voláteis da água para o ar).
É das mais antigas e utilizadas técnicas de remediação físicas do mundo. Baseia-se na remoção de águas subterrâneas, por meio da utilização de bombas submersas ou emersas, que promovem a remoção dos contaminantes. A água bombeada é tratada por meio de filtros de carvão ativado ou colunas de stripper (um processo que transfere a massa dos contaminantes voláteis da água para o ar).
Oxidação química
A tecnologia é baseada na injeção de oxidantes químicos em áreas contaminadas (águas subterrâneas ou solo), com o objetivo de destruir o contaminante por meio de reações químicas e converter sua massa em compostos inertes encontrados na natureza.
A tecnologia é baseada na injeção de oxidantes químicos em áreas contaminadas (águas subterrâneas ou solo), com o objetivo de destruir o contaminante por meio de reações químicas e converter sua massa em compostos inertes encontrados na natureza.
Extração multifásica (multi phase extraction - MPE)
Outra técnica de remediação bastante empregada. Poços de bombeamento são distribuídos na área de interesse. O sistema utiliza a técnica de remoção de massa a vácuo, possibilitando a extração da fase livre.
Outra técnica de remediação bastante empregada. Poços de bombeamento são distribuídos na área de interesse. O sistema utiliza a técnica de remoção de massa a vácuo, possibilitando a extração da fase livre.
A  chamada Fase Livre é um tipo de fonte secundária de contaminação.  Imagine a contaminação por combustíveis: um tanque de gasolina enterrado  é uma fonte primária. Se a gasolina vazou e entrou em contato com o  lençol freático, como é menos densa que a água e emissível, ou seja, não  se mistura, caracteriza-se como uma fase separada, que pode ser  classificada como fase livre (quando a substância tem mobilidade, pode  vazar num ponto e se estender para outro) ou residual (que permanece na  área fonte da origem do vazamento).
 Aspersão de ar (air sparging) 
Injeta-se ar pressurizado no lençol freático, com o objetivo de "expulsar" as substâncias voláteis dissolvidas na água. Essa técnica de remediação deve ser associada ao sistema de extração de vapores (SVE), para onde os contaminantes são carregados.
Injeta-se ar pressurizado no lençol freático, com o objetivo de "expulsar" as substâncias voláteis dissolvidas na água. Essa técnica de remediação deve ser associada ao sistema de extração de vapores (SVE), para onde os contaminantes são carregados.
Biorremediação
Micro-organismos são inseridos na área a ser tratada para promover a oxidação biológica dos contaminantes. Esses micro-organismos absorvem substâncias orgânicas presentes no solo ou na água subterrânea, transformando-as, principalmente, em água e gases inofensivos, como o dióxido de carbono.
Micro-organismos são inseridos na área a ser tratada para promover a oxidação biológica dos contaminantes. Esses micro-organismos absorvem substâncias orgânicas presentes no solo ou na água subterrânea, transformando-as, principalmente, em água e gases inofensivos, como o dióxido de carbono.
Extração de vapores no solo (SVE)
É uma tecnologia de remediação física, aplicada para zonas não saturadas, na qual se aplica vácuo com o objetivo de induzir o fluxo controlado de ar e assim remover contaminantes voláteis e semivoláteis do solo. Utilizada para extração de Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs).
É uma tecnologia de remediação física, aplicada para zonas não saturadas, na qual se aplica vácuo com o objetivo de induzir o fluxo controlado de ar e assim remover contaminantes voláteis e semivoláteis do solo. Utilizada para extração de Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs).
Revitalização passo a passo de uma área contaminada 
 Conheça as diferentes etapas que envolvem o processo de recuperação de um terreno contaminado|  | 
1)  Quando há suspeitas de que a área é contaminada - questionamento que  pode ser feito tanto pela construtora quanto pela prefeitura municipal -  o órgão ambiental exige que seja feita uma avaliação e uma  investigação. 
2) Para fazer essa investigação, a construtora contrata  os serviços de uma empresa especializada, que deverá realizar os  trabalhos seguindo os procedimentos estabelecidos pelo órgão ambiental.
3) Quando é confirmada a contaminação, a investigação  prossegue até a delimitação da área de contaminação e a avaliação de  risco à saúde humana, que tem como objetivo tornar a área segura para o  uso.
4) Depois de delimitada a contaminação, a empresa  especializada apresenta ao órgão ambiental um plano de intervenção.  Devem constar todas as medidas necessárias à ocupação segura da área,  inclusive as medidas de engenharia e de restrição de uso.
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ambiental aprova os níveis mínimos aceitáveis  (definido na avaliação de risco à saúde humana) e o plano de  intervenção para a área em questão, após a avaliação do material  apresentado.
6) A empresa especializada dá início à implantação do  plano de intervenção, que pode demandar a remediação de solo e/ou de  águas subterrâneas. O tempo previsto pode ser de um mês até um ano. 
7) Após a aplicação do plano de intervenção (com os  níveis mínimos aceitáveis aprovados tendo sido atingidos), a empresa  especializada inicia um plano de monitoramento nos solos e águas  subterrâneas e encaminha as informações ao órgão ambiental.
8) O órgão emite um parecer que, se for positivo, é  seguido de um termo de reabilitação para o uso pretendido. A empresa  deve monitorar os resultados da intervenção. Esse processo é chamado de  monitoramento para encerramento de caso e pode se estender por até dois  anos. 
9) A liberação do alvará poderá ser feita, em alguns  casos, no momento da aprovação do plano de reabilitação, desde que os  trabalhos possam ser feitos em paralelo à construção.
Pesquisa e tecnologia
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) agora faz  parte dos comitês gestor e técnico-científico do capítulo brasileiro da  Relasc (Rede Latino Americana de Prevenção de Sítios Contaminados),  lançada oficialmente em setembro de 2009. O objetivo da Rede é promover a  troca de experiências entre países do continente nas pesquisas sobre  remediação e revitalização de áreas contaminadas.
O grande problema apontado pela comunidade científica é a  maneira como as legislações anteriores tratavam o assunto. Nessa época  acreditava-se que bastava enterrar os resíduos para remediar um local.  Hoje, além de todo o crivo técnico e legislação que regula o assunto, é  preciso que haja acompanhamento mais extensivo.
"Um terreno é considerado descontaminado quando as  concentrações de contaminantes atingem as metas de remediação desejadas,  mas é preciso considerar que os níveis de contaminação podem voltar a  crescer ao longo do tempo", explica Scandar Gasperazzo Ignatius,  pesquisador do IPT e especialista em engenharia de solos. 
O tempo de remediação envolve muitas variáveis, mas em  geral é longo. Num alerta, o pesquisador do IPT informa que, muitas  vezes, alguns parâmetros necessários aos cálculos não são determinados  experimentalmente, mas adotados os valores default dos softwares. "Os  valores default podem não refletir as condições locais, conduzindo a  erros ainda mais graves de previsão", alerta Scandar.
Fonte: Revista Téchne
 











 
 
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