terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mais uma fatura, SUS?





Diz o ditado que entre os males, que seja o menor. Em Paulínia, interior de São Paulo, a administração local pretende transformar o antigo galpão de estrutura metálica onde funcionou a Fundação de Pesquisas e Estudos Sociais e Políticas Públicas, em creche. Boa proposta. Inovam os comandantes de Paulínia. São inúmeros os casos de reutilização de galpões para novos fins.

Um exemplo é o galpão do futuro Poupa Tempo do bairro da Lapa, em São Paulo. Área remanescente da indústria terá enorme valia para os moradores da região oeste paulistana. Só não perguntem a este Observatório se houve investigação preliminar do solo local...

Mas voltando ao caso de Paulínia, a Fundação operou até 2006. Durante este período, foram armazenados no galpão as temíveis bifelinas policloradas. Popularmente conhecidas como Ascarel, ou, óleo elétrico. Composto volátil, as bifelinas policloradas promovem ruptura da Tireóide, além de risco de neoplasias quando inaladas.

A feliz idéia de barrar tal pretenso ato de depositar crianças em ambiente tão insalubre, foi do Ministério Público Estadual após consultar nossos queridos amigos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo sobre o local.

O local é de fácil acesso, assim como a possibilidade de contaminação. No local estão armazenadas as carteiras e cadeiras da pretendida creche. Não há avaliação sobre contaminação deste material. Há possibilidade de ser despachado às associações comunitárias.

A lógica desta história é simples. O resíduo tóxico vem dos transformadores do setor privado - antiga fábrica da CBI/LIX – e depositados em espaço público. Quem pagará a conta?
O Sistema Único de Saúde está calejado com esta lógica. Resta saber se o erário de Paulínia está com tamanha disposição. Neste episódio, dos males certamente será o maior.

Edson Domingues

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