quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Irwin Tool e o sonho de Abimael Guzmán.



Recordo-me bem quando completei 24 anos, em 12 de setembro de 1992, data em que o líder do grupo peruano Maoísta Sendero Luminoso foi preso. A operação do setor de inteligência do Governo Fujimori foi cirúrgica. Abimael Guzmán, líder número 1 do agrupamento esquerdista fora capturado numa ação que envolvia uma belíssima bailarina, que o seduziu. Guzmán foi preso quando menos esperava junto com a dançarina, agente do Estado infiltrada no seio da guerrilha Senderista. Nunca mais o Sendero Luminoso foi o mesmo. Nem mesmo foi Fujimori.

Irwin Tool Ferramentas do Brasil desativou suas instalações no bairro da Leopoldina em São Paulo, no ano de 2006. Deixou por lá não se sabe bem o quê, mas consta na Lista de Áreas Contaminadas da Cetesb. A Cetesb manifesta-se de modo não muito claro. Consta na sua Lista, mas pronuncia-se junto à 10ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo em 07 de Dezembro passado, afirmando que a reclamada implementou sistema de remediação no local, mas não conclui sobre a atual situação.

Em setembro de 2010, em comunicado ao Vereador Juscelino Gadelha, PSDB/SP, a Irwin, hoje Newel Rubbermaid, usa o gerúndio para afirmar que “...vem implementando...medidas necessárias para saneamento do imóvel do Jaguaré.” Gadelha foi Relator da CPI dos Danos Ambientais e não economizou tinta no seu Relatório Final. Seu faro é apurado e o episódio do Jaguaré cheira mal.

Guzmán está cumprindo sua prisão perpétua. Fujimori é persona non grata no Peru. Se a Irwin e a Cetesb não se entendem, o passivo não será perpétuo. Se o sonho de Guzmán é a liberdade, a Newell Rubbermaid deixa dúvidas sobre suas intenções. Quem é a bailarina e quem é Guzmán nesta história entre Irwin e Cetesb?
Edson Domingues

Um comentário:

  1. Gostaria de comentar que os dados sobre a captura de Abimael Guzman, "Presidente Gonzalo", são incorretos.
    A "bailarina", Maritza Garrido Lecca, nunca seduziu Abimael Guzman. Ela era uma militante senderista que se ofereceu como fachada para ocultar o lider de Sendero. Assim, ela nunca foi infiltrada pelo SNI (Serviço de Inteligencia Nacional) peruano, que aliás, nada teve a ver com a captura.

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