sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A falta que Neto fez na Copa.


Comentarista esportivo, Neto foi jogador polêmico. Filho de Santo Antonio de Posse, interior paulista. Vestiu a camisa do Guarani de Campinas. Sucesso maior fez com a camisa do Time do Parque São Jorge. Passou pelo time do Morumbi e desceu a Serra do mar para jogar em Santos. Sincero, Neto nunca deixou de expressar o que pensava. Amante de pastéis, Neto revelou-se homem do povo. Batia na bola como ninguém. Seu comportamento não foi tolerado pelo Império da CBF. Dizia-se que Neto estava gordo.

 Na ocasião quem ditava os rumos do futebol brasileiro em campo era o técnico Sebastião Lazzaroni, garoto propaganda da Fiat durante a Copa do Mundo da Itália, em 1990. Fracasso no país da bota, a resignação no Brasil era tanta com a ausência do craque Neto, que levou Tom Zé a gravar o disco “A falta que Neto fez na Copa”.   

Santo Antônio de Posse orgulha-se de Neto, jogador como poucos e dono de uma lábia afinada, típica do interior paulista. Cativante com a bola e com as palavras. Especula-se sua ida para a Globo em 2011.

O que Santo Antônio da Posse tem de orgulho de Neto, tem de vergonha do Aterro Mantovani. Conhecido como o pior caso de contaminação ambiental do País, o aterro conta com o aporte de R$ 13 milhões para descontaminação empenhados pela Petrobrás. São nada mais que 326 mil toneladas de resíduos tóxicos. A Petrobrás entrou na conta por contratar “pool” de empresas na década de 80, que descartaram seus papagaios no Mantovani.

A lógica do acerto era de fazer inveja a Bezerra da Silva, as empresas tratavam resíduos da Petrobrás e os deixavam dormir no Mantovani. Milhar e Centena na cabeça! Retira-se o prêmio em até três dias!

Em agosto de 2010, a empresa fez acordo com o Ministério Público dentro da Ação Civil Pública na Comarca de Jaguariúna, com um Termo de Compromisso para recuperação do aterro. Nas profundezas do inferno, chamado aterro, pode-se beber de tudo: metais pesados, organoclorados, 1,2 dicloretano, em limites absurdamente acima dos recomendados pela Organização Mundial de Saúde.

Há quem chame o lixão, de Aterro Lazzaroni, tamanho desastre para os que acompanham o caso há anos; tamanha a revolta pela ausência de Neto nos campos da Itália. O Aterro Mantovani não vai fazer a falta que Neto fez na Copa. Diz o ditado popular que “quem dorme, não vê Deus passar”. Já passou da hora para descontaminar o Mantovani. Acorda Petrobrás!
Edson Domingues

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